O perigo invisível do mofo dentro de casa

O perigo invisível do mofo dentro de casa

Da saúde à desvalorização de imóveis, entenda por que o problema exige atenção

Ele vai muito além de um problema estético: afeta a saúde, danifica paredes, móveis e roupas, além de reduzir o valor de um imóvel. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 30% dos edifícios no mundo apresentam a chamada Síndrome do Edifício Doente (SED), resultado de fatores como má ventilação, iluminação inadequada e uso de materiais de construção tóxicos. Entre os sinais mais comuns desse fenômeno, o mofo está entre os mais recorrentes.

Essa colônia de fungos que se desenvolve em ambientes úmidos, quentes e sem ventilação é um dos fatores diretamente ligado ao agravamento de crises de asma, rinite e outras doenças respiratórias. A boa notícia é que medidas simples de rotina e cuidados técnicos podem transformar qualquer ambiente em um espaço mais seguro e agradável.

José Roberto Campaneli, diretor da rede de franquias de intermediação de serviços domésticos Mary Help, explica que a prevenção começa com hábitos diários. “Ventilar a casa, abrir portas de armários e evitar guardar roupas úmidas são atitudes que já fazem diferença. Pequenos aliados como sachês de sílica gel ou carvão ativado também ajudam a controlar a umidade”, orienta. Em casos de manchas iniciais, o vinagre branco especial para limpeza, é uma solução prática e acessível. Para situações mais persistentes, a recomendação é recorrer a produtos específicos e, sobretudo, investigar a origem da umidade. “De nada adianta limpar se a infiltração não for resolvida”, completa.

Já, Alexandre Brites, técnico em Eletromecânica e CEO da APX Engenharia, lembra que o ar-condicionado pode ser um aliado poderoso contra esse inimigo. “Quando bem utilizado, ele ajuda a manter a umidade relativa do ar dentro da faixa ideal, entre 30% e 50%, reduzindo o risco de proliferação de fungos. Mas o cuidado é essencial: sem manutenção, filtros sujos e bandejas de condensação viram foco de fungos e bactérias”, alerta.

Os especialistas Campanelli e Brites elencaram dicas rápidas para manter a casa livre de mofo.

Deixe a casa respirar: abra janelas e portas todos os dias, mesmo que por pouco tempo.

Armários arejados: afaste móveis alguns centímetros da parede e evite guardar roupas úmidas.

Aliados simples: coloque sachês de sílica gel, carvão ativado ou giz escolar nos cantos dos armários para absorver a umidade.

Limpeza prática: use vinagre branco, opte sempre pelo específico para limpeza, para casos leves e solução de água sanitária diluída para manchas mais resistentes.

Atenção ao ar-condicionado: limpe filtros regularmente e revise o aparelho a cada seis meses.

Mais do que eliminar manchas, o combate ao mofo exige um olhar integral para o espaço. A receita é clara: corrigir a fonte de umidade, manter a casa ventilada e investir em manutenção preventiva. Como resume Campanelli: “Quando a casa respira, o armário não sofre”. Brites acrescenta: “Com climatização bem cuidada, ele perde força e a saúde do ambiente se fortalece”.

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