Justiça Eleitoral de MT promove curso virtual para orientar partidos sobre prestação de contas

Justiça Eleitoral de MT promove curso virtual para orientar partidos sobre prestação de contas

Evento virtual reuniu representantes de partidos, advogados e contadores para tratar dos principais pontos da prestação de contas anuais, cujo prazo final é 30 de junho.

Com o objetivo de garantir mais efetividade e agilidade na entrega e julgamento dos processos de prestação de contas anuais, a Justiça Eleitoral de Mato Grosso promoveu, na quinta-feira (26.06), a 1ª Reunião Virtual com representantes partidários da gestão 2025/2028. A iniciativa buscou esclarecer dúvidas, abordar os principais aspectos legais e técnicos do procedimento e reforçar a importância do cumprimento do prazo final de entrega, que se encerra no dia 30 de junho e deve ser observado tanto pelos diretórios estaduais quanto pelos municipais.

O curso, intitulado “Aspectos gerais sobre a entrega da prestação de contas anuais”, foi ministrado por Rodrigo Martins, assessor de Exames de Contas Eleitorais e Partidárias do TRE-MT. A atividade reuniu 35 participantes, entre contadores, advogados e representantes de diretórios estaduais, e integra o plano de ações da atual gestão, que tem como diretriz o fortalecimento do diálogo com partidos políticos, profissionais da área e a sociedade em geral.

A iniciativa é uma ação da Secretaria Judiciária, com apoio da Presidência do Tribunal, que esteve representada pelo juiz auxiliar da Presidência, Dr. Luís Aparecido Bortolussi Júnior. Também participaram o diretor-geral do TRE-MT, Dr. Mauro Diogo, o secretário judiciário, Carlos Luanga, e servidores da área técnica.

Durante sua fala, o juiz Bortolussi destacou que a prestação de contas é obrigatória e que a omissão na entrega pode acarretar consequências graves. “O prazo final é dia 30 e, embora o não envio não impeça a disputa eleitoral, pode resultar na suspensão das cotas do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha. A prestação deve ser feita no sistema próprio, e os órgãos estaduais prestam contas ao Tribunal, enquanto os municipais se dirigem aos juízos eleitorais. É um processo de natureza jurisdicional e exige representação por advogado”, explicou.

O diretor-geral ressaltou que o tema representa hoje cerca de 90% dos processos em tramitação na Justiça Eleitoral e que o curso é um espaço essencial para capacitar e agilizar os procedimentos. “Já evoluímos muito em relação ao passado. Nosso especialista está aqui para apresentar dicas, novidades e esclarecer dúvidas. É um processo simples, mas envolve recursos públicos, então requer atenção e responsabilidade. Por isso, pedimos que todos multipliquem esses conhecimentos dentro de seus escritórios e partidos”, orientou.

Carlos Luanga deu boas-vindas aos participantes e valorizou a continuidade da iniciativa. “É um momento de aprendizado e troca. Agradeço a todos os representantes de partidos e profissionais que participam. É um tema essencial para a transparência e legalidade do processo eleitoral”, afirmou.

Orientações técnicas e principais dúvidas

Rodrigo Martins compartilhou uma série de orientações sobre a prestação de contas, destacando o uso do Sistema de Prestação de Contas Anual (SPCA), a necessidade de abertura de contas bancárias específicas, as receitas e despesas permitidas, a vedação de fontes não identificadas, a escrituração contábil digital e a atuação do Ministério Público Eleitoral. Também falou sobre o exame preliminar, parecer conclusivo e julgamento do processo.

“A omissão na entrega gera uma série de penalidades, inclusive a suspensão de repasses. Além disso, acarreta aumento no acervo processual, com a necessidade de novos processos para regularização. É essencial que os partidos não deixem para o último dia. Se não tiverem toda a documentação, entreguem o que for possível e complementem depois”, orientou Rodrigo.

Ele também compartilhou dados parciais sobre os processos recebidos. Segundo ele, espera-se 362 processos oriundos dos diretórios municipais, no entanto até a presente data, foram recebidos 239. Já dos diretórios estaduais dos 21 esperados, apenas 4 realizaram a entrega.

A presidente do TRE-MT, desembargadora Serly Marcondes Alves, apoiou integralmente a realização do evento. “A Justiça Eleitoral trabalha de forma preventiva, oferecendo orientação clara e acessível para que todos os partidos possam cumprir suas obrigações com transparência e segurança jurídica. A prestação de contas é um instrumento fundamental para a democracia. Por isso, iniciativa que envolve o fomento do conhecimento, como é o caso deste curso, considero essencial”, afirmou.

O presidente do diretório estadual da Rede Sustentabilidade, Eron Nunes Cabral destacou a importância da iniciativa. “Esse tipo de evento é fundamental. Mesmo com assessoria jurídica e contábil, ouvir diretamente quem analisa as prestações de contas é muito importante, porque estamos lidando com recursos públicos e precisamos prestar contas corretamente. A Justiça Eleitoral de Mato Grosso está de parabéns por abrir esse espaço de diálogo com os partidos, contadores e advogados. Em outras épocas, não tínhamos essa proximidade. Hoje vemos avanços e mais abertura para tirar dúvidas, o que fortalece a gestão e a transparência. Foi uma excelente oportunidade para todos nós que estamos à frente dos diretórios partidários”.

Via | Assessoria

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