Serviço Geológico do Brasil realiza mapeamento em Várzea Grande para apoiar gestão territorial e prevenção de desastres

Serviço Geológico do Brasil realiza mapeamento em Várzea Grande para apoiar gestão territorial e prevenção de desastres

Estudos servem de base para a elaboração de planos diretores, projetos de urbanização e políticas ambientais
 

O Serviço Geológico do Brasil (SGB) realizou, de 6 a 18 de abril de 2025, em Várzea Grande (MT), o levantamento para a elaboração das Cartas de Suscetibilidade a Movimentos Gravitacionais de Massa e Inundações e das Cartas Geomorfológicas Municipais. O trabalho revelou que o município, situado integralmente na Depressão ou Baixada Cuiabana, tem grande parte da ocupação urbana sobre áreas naturalmente suscetíveis às Inundações, como planícies de inundação e brejos, podendo assim, também gerar muitos pontos de alagamentos.
 

O mapeamento também apontou problemas como a ocupação desordenada e o aterramento de áreas alagadiças, o que compromete a drenagem natural e reduz a disponibilidade hídrica, agravando o abastecimento urbano. Foram identificadas diversas nascentes de água subterrânea que, embora importantes para o equilíbrio ambiental, estão sendo negligenciadas.


Para os pesquisadores em geociências Deyna Pinho e José Antônio da Silva, o trabalho realizado em Várzea Grande é um passo importante para enfrentar os desafios urbanos e ambientais do município. “As informações que levantamos permitem aos gestores públicos planejar ações mais seguras e sustentáveis, reduzindo a exposição aos riscos para a população e preservando recursos naturais essenciais, como as águas subterrâneas, que são vitais para o futuro da cidade”, destacaram.

O material produzido será entregue às autoridades locais e ficará disponível para consulta pública, servindo de base para a elaboração de planos diretores, projetos de urbanização e políticas ambientais.

Cartas de suscetibilidade e cartas geomorfológicas

As cartas de suscetibilidade a Movimentos Gravitacionais de Massa e Inundações indicam áreas com maior probabilidade de ocorrência de deslizamentos, corridas de massa, inundações e enxurradas, tanto em zonas urbanas quanto rurais. Criadas no âmbito do Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais, essas cartas subsidiam políticas públicas voltadas à ordenação do território e à adoção de medidas preventivas contra desastres naturais.

Já as cartas geomorfológicas são ferramentas fundamentais para o planejamento territorial. Elas fornecem informações detalhadas sobre a morfologia do terreno, identificando feições como mangues, planícies de inundação, restingas, montanhas e colinas. Esse conhecimento permite reconhecer as potencialidades e fragilidades da região, orientando a ocupação do solo e a gestão de recursos naturais. O mapeamento geomorfológico também apoia a definição de áreas aptas para agricultura, expansão urbana ou turismo, além de delimitar zonas que necessitam de proteção ambiental

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