Ao longo das investigações da morte de Henry, que terminou com a prisão de Dr. Jairinho e a professora Monique Medeiros, a vaidade da mãe do menino chamou atenção. Um dia após o enterro do menino, Monique, que antes do crime já gostava de se exibir em selfies, sobretudo em academias de ginástica, foi a um salão de beleza na Barra da Tijuca, para fazer pé, mão e cabelo. Ao voltar para casa dos pais, em Bangu, pagou um Uber para cabelereira ir atendê-la no bairro da Zona Oeste.
Um cuidado tão grande com a aparência já tinha se manifestado quando, antes de ir depor pela primeira vez sobre a morte de Henry, na 16ª DP (Barra da Tijuca), ela mandou foto para a defesa ajudá-la na escolha da roupa. A primeira versão toda preta e, desaconselhada, trocou por um traje mais sociail e todo branco. Visual que fez questão de eternizar em mais uma selfie, feita dentro da delegacia, com os pés sobre cadeiras, aparentemente relaxada e com um semblante de quase sorriso. Para psicólogos, são sinais de uma personalidade narcísica de natureza perversa, que pode ter sido potencializada com o início do relacionamento com Dr.Jairinho.
Relação doentia
Segundo Paula, havia ali uma relacionamento doentio, em que Henry era um obstáculo aos dois. Ela explica que após Monique engatar o namoro com o vereador houve um ganho de status que a envaideceu. A partir deste momento, elucida Paula, a pessoa nutre uma sensação de que possui mais valor, condição importante para um narcísico. Duas personalidades com o mesmo traço de perversidade, afirma Paula, não permitem a presença de uma terceira pessoa. — Não é possível cravar um quadro de psicopatia da mãe, porém Jairinho possivelmente compartilha deste perfil. A junção dos dois foi como se tivessem colocado duas pessoas num caldeirão e feito uma bomba atômica e isso infelizmente resvalou na pessoa mais frágil e vulnerável da história – lamentou Paula. Flavia Strauch diz que Jairinho parece ser o tipo de pessoa que não admite compartilhar atenção com o filho de suas acompanhantes. Ela pontua que os depoimentos de ex-namoradas, que relataram que seus filhos teriam sido vítimas de maus-tratos, também contribui para identificar essa necessidade por atenção exclusiva. — A impressão que dá é a de que esse casal para ser casal, o Henry não poderia estar presente. No sentido de que o padastro ao dizer para o Henry que ele atrapalhava a mãe, os dois só poderiam se constituir na ausência da criança. Evidentemente que um adulto maduro vai dividir o afeto e a atenção, mas quando há uma exigência nesse grau chega-se à patologia — disse a psicanalista.Via | Extra
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