O mercado de tecnologia sempre anda para frente. Isso significa que, ao mesmo tempo em que vemos novos produtos todos os anos, novas apostas, novas ideias, também vemos serviços e produtos sendo descontinuados por se tornarem obsoletos.
Em 2017, vimos produtos clássicos e queridos sendo abandonados por deixarem de ser relevantes para os planos de longo prazo de suas empresas. No entanto, também vimos serviços que nunca conquistaram o público beijando a lona após sugarem recursos de seus produtores.
iPod Nano e Shuffle
O ano de 2017 marcou mais um passo para o inevitável fim do iPod. O reprodutor de mp3 da Apple, símbolo da reviravolta da empresa que estava prestes a falir nos anos 1990 e parte importante da história do iPhone, viu dois modelos serem aposentados definitivamente.
A Apple parou de produzir e vender o modelo Nano e o modelo Shuffle, mantendo apenas o iPod Touch em seu line-up, que é praticamente um iPhone sem acesso a redes celulares. A pergunta é por mais quanto tempo a Apple continuará lançado novos iPods Touch; só Tim Cook sabe.
Kinect
O fim inevitável de uma saga fadada ao fracasso iniciada em 2013. Boa parte da disparidade de vendas entre PS4 e Xbox One pode ser atribuída à diferença de preço entre os dois no lançamento, que se devia ao fato de que o Kinect era distribuído em conjunto com o console. No fim das contas, a Microsoft abandonou a estratégia, fazendo com que desenvolvedores não tivessem incentivos para criar jogos para a plataforma, efetivamente matando o Kinect para os games.
No entanto, o Kinect sempre foi uma tecnologia interessante, aproveitada para muitos outros fins além dos videogames, o que faz com que a descontinuação da ferramenta seja um pouco mais triste. É mais reconfortante, no entanto, saber que a tecnologia ainda vive em outros dispositivos como o HoloLens.
TV 3D
Mais uma tecnologia cujo fim já era bastante previsível. Os televisores 3D foram a grande aposta da indústria no início da década, prometendo experiências imersivas. No entanto, a produção de conteúdo em 3D sempre se mostrou deficiente, incapaz de justificar o custo extra.
Este ano marcou o fim definitivo do 3D nos televisores após Sony e LG, as duas últimas grandes empresas que ainda apostavam na tecnologia simplesmente abandonarem o recurso, enquanto a Samsung já havia dado adeus ao 3D em 2016.
Ninguém mais fala sobre 3D, ninguém mais promove o 3D, e ninguém mais compra o 3D, então poucas empresas apostam em criar conteúdo para o 3D, criando um ciclo que mata qualquer tecnologia. A indústria percebeu isso e decidiu seguir adiante, apostando em novos recursos: telas curvas, HDR, OLED, pontos quânticos e assim por diante.
Windows 10 Mobile
Mesmo moribundo, o Windows para os celulares tem uma base leal de fãs que se decepcionaram quando a Microsoft finalmente veio a público confirmando o que muitos já suspeitavam: não há planos para lançar um novo celular com o Windows 10 Mobile, e o sistema operacional não receberia mais recursos, com atualizações apenas de segurança e manutenção.
É o fim definitivo da Microsoft nos celulares? Não se sabe ao certo. A garantia é que o Windows 10 Mobile está morto. Algumas iniciativas podem deixar o fã esperançoso, sendo a mais interessante delas o Windows 10 on ARM, que é uma nova aposta da Microsoft para rodar o Windows 10 completo em processadores ARM, convencionalmente usado em celulares. Por enquanto, porém, a tecnologia foi usada apenas em notebooks, proporcionando conectividade 4G ao laptop e bateria que dura perto de 24 horas. Mas será que isso não poderia ser usado com um possível Surface Phone no futuro?
Groove Music
Outra morte que está longe de ser uma surpresa. Na verdade, para muitos a surpresa é que o Groove Music ainda existia. O serviço de streaming da Microsoft nunca caiu no gosto do público, muito mais acostumado ao Spotify.
A concorrência pelo segundo lugar também tinha nomes fortes como o Deezer, que não usa dados em alguns planos da TIM, o Google Play Música, que vem instalado em todos os celulares Android, o Apple Music, que tem ao seu lado a força da marca Apple e outras. O Groove, profundamente vinculado ao Windows e, mais grave, ao Windows Phone, nunca teve muita chance.
Vine
Com fim anunciado ainda em 2016, o fim da linha chegou para o Vine neste ano, reduzido de uma rede social completa a um aplicativo para criação de vídeos, para tristeza de uma comunidade fiel e entusiasmada.
Por mais que muito conteúdo interessante tivesse sido criado para o Vine, a rede social nunca foi especialmente rentável, consumindo recursos importantes do Twitter, que já é uma empresa deficitária. O resultado é a descontinuação do serviço.
Bônus: Juicero
A Juicero com certeza não teve o alcance de nenhuma outra tecnologia aposentada neste ano, mas essa foi uma das melhores histórias do mercado durante 2017 e não poderia ser ignorada nesta retrospectiva. Juicero, para quem não lembra, era uma máquina de suco de luxo e conectada; a máquina espremia suco na hora a partir de saquinhos com extratos de frutas e vegetais vendidos separadamente. É uma ideia ruim? Sim, mas a história piora.
Lançada a US$ 700, a máquina logo teve seu preço cortado para US$ 400 quando uma reportagem da Bloomberg descobriu que era possível espremer os saquinhos de suco com as mãos, dispensando o uso de uma máquina caríssima. Pouco tempo depois da redução de preço, a empresa demitiu 25% de seus funcionários e dois meses depois fechou as portas definitivamente, antes mesmo do lançamento de uma segunda versão menos inútil e mais barata do Juicero.
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