Evento foi realizado no domingo (8), na região do Chapéu do Sol, em Várzea Grande. Os primeiros raios de sol anunciavam o nascer do dia. Quem estava acordado nas primeiras horas da manhã, sentia na pele o frio incomum para o mês de maio em Cuiabá. No nariz, o tempo seco já se fazia sentir. O paratleta Gilberto Zmyslony, de 49 anos, se preparava para sair de casa rumo a 2ª edição do Movimento pelo Clima, do Instituto Centro de Vida (ICV). A corrida de rua foi realizada no último domingo (8), na região do Chapéu do Sol, em Várzea Grande. O seu objetivo foi conscientizar os esportistas e a população em geral sobre as mudanças climáticas e os seus impactos e prejuízos no cotidiano. “No período da seca, tem dias que é impossível sair de casa para andar de bicicleta. É terrível a fumaça, sufoca. É impossível até mesmo de praticar esportes. Ainda falta consciência do povo, então a gente briga bastante por isso, para a conscientização, mas é difícil”, disse Gilberto. Esta edição do Movimento pelo Clima aconteceu em celebração aos 31 anos de atuação do ICV em Mato Grosso na defesa do da conservação ambiental, do desenvolvimento sustentável e da preservação dos povos originários. Aproximadamente 215 atletas percorreram percursos de 5 e 10 quilômetros e, antes e depois da prova, puderam conhecer o trabalho e história do instituto. Para a diretora executiva do ICV, Alice Thuault, existe uma emergência climática em andamento e é preciso sensibilizar a população para que de forma coletiva seja possível pensar em práticas para revertê-la. “Enquanto cidadão, o que a gente precisa fazer é simplesmente votar melhor, pensar nisso quando a gente olha para as políticas públicas e quando a gente olha para os nossos tomadores de decisão. Nós somos a geração que vai fazer a diferença, então precisamos nos mobilizar”, afirmou. A atleta Yoshie Kawano, de 58 anos, foi uma das participantes da prova. Ela faz parte das corridas de rua em Cuiabá há quase 3 anos. A sua motivação principal é a melhoria na sua saúde e no seu desempenho esportivo. Uma das suas preocupações, no entanto, é justamente a crise climática. “A gente fica muito mais saudável, e cria umas amizades saudáveis. Então é isso o que motiva. O foco é a saúde e a gente vai correndo, vai se empolgando, vai melhorando. A gente corre uma já pensando na próxima. Mas a questão da mudança do clima é algo que a gente vê acontecendo, então é algo que ameaça a continuidade da nossa prática”. A diretora adjunta do ICV, Camila Rodrigues, afirmou que o primeiro passo para a mudança é fazer com que as pessoas se deem conta de que as mudanças climáticas são reais e que é preciso repensar os hábitos e a forma de se estar no mundo. “Muitas vezes as pessoas se distanciam um pouco dessa discussão. Mas é preciso repensar a forma dos nossos recursos, a forma em que a gente se locomove, como a gente se desloca, como a gente pensa em saúde. A ideia é a partir desse momento de conscientização, começar a propor soluções a partir do nosso trabalho no dia a dia”, finalizou. Movimento A primeira edição do Movimento pelo Clima foi realizada em novembro de 2021 em Alta Floresta (a 800 km de Cuiabá). Cerca de 100 ciclistas percorreram um trajeto de 30 quilômetros na área rural do município, com destino à comunidade de Nossa Senhora de Guadalupe. Na ocasião, os participantes foram informados sobre a produção e o consumo de alimentos saudáveis e produzidos localmente.
Via | Assessoria ICV   Foto | Divulgação
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