Todo mundo tem aquele dia em que uma música surge do nada e não vai embora da cabeça. Normalmente são trechos de canções que ficam se repetindo, muitas vezes nos deixando até irritados.

A ciência tem até alguns nomes para esse fenômeno: formalmente, síndrome da canção presa, ou informalmente, vermes de ouvido (earworms, em inglês). Alguns cientistas se dedicaram a estudar essa síndrome, que são relatadas em 98% da população ocidental – dois terços consideram as músicas repetitivas neutras ou positivas, mas um terço as avalia como irritantes e perturbadoras. Em um artigo, o professor de psiquiatria da Escola de Medicina da Universidade de Harvard Srini Pillay explica que algumas músicas são mais propensas a ficarem na cabeça, mas também existem “redes cerebrais redes cerebrais que estão envolvidas na percepção, emoção, memória e pensamento espontâneo” que atuam para que os vermes de ouvido surjam em determinados momentos. “Eles [vermes de ouvido] são normalmente acionados quando você realmente ouve uma música, embora também possam surgir quando você estiver se sentindo bem ou quando estiver sonhando (desatento) ou nostálgico. E também podem aparecer quando você está estressado por ter muito em que pensar. É como se o seu cérebro estressado se agarrasse a uma ideia repetitiva e ficasse com ela. Além disso, se você tem formação musical, pode ser mais suscetível a vermes de ouvido”, escreve Pillay. Por outro lado, indivíduos com TOC (transtorno obsessivo-compulsivo) ou ansiosos são mais propensos a ter a síndrome da canção presa, salienta o especialista. Em um estudo de 2016, publicado no British Journal of General Practice, pesquisadores holandeses também concluíram que essas “obsessões musicais” podem ser mais “pronunciadas e debilitantes em pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo”. “Quanto mais se tenta suprimir as canções, mais seu ímpeto aumenta, um processo mental conhecido como teoria do processo irônico. Aqueles que apresentam maior risco de síndrome da canção presa são: mulheres, jovens e pacientes com TOC.” Os pesquisadores ponderam que as músicas na cabeça são, de modo geral, inofensivas e algo banal para a maioria das pessoas. Mas se existe queixa, principalmente de irritabilidade por causa disso, é necessário que um médico investigue se a pessoa pode estar sofrendo de TOC. O tratamento do TOC envolve principalmente a terapia cognitivo-comportamental. “Os pacientes aprendem a substituir pensamentos disfuncionais – como ‘essas músicas incontroláveis ​​indicam que estou ficando louco!’– por pensamentos novos e mais aceitáveis.”
Via | R7
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