Os serviços do setor de eventos já retomaram as atividades, mas faltam mão de obra em Mato Grosso. De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Eventos 450 mil empregos diretos e indiretos foram perdidos.

Com a demissão dos funcionários durante a pandemia, muitos colaboradores precisaram procurar outros empregos e agora falta mão de obra no mercado.

A Associação ainda estima que as empresas deixaram de faturar cerca de R$ 90 bilhões no ano passado. O Almindo Filho é produtor de eventos há mais de 20 anos e neste momento a agenda dele está lotada até o final do ano, uma situação muito diferente do mesmo período do ano passado.

“Tem muitos eventos que estão aparecendo, a gente já tinha aniversários, casamentos, outras festas e acabou acumulando. Retornando, a gente tem que ocupar as vagas dos salões nos sábados, domingos, às vezes até em dia de semana para cumprir a agenda”, contou.

Para ele, neste fim de ano, está complicado encontrar mão de obra.

“Quando a gente fala dos montadores, floristas, ajudantes e até as pessoas que trabalham com buffet, está bem complicado. Hoje está mais ainda porque a gente precisa desses colaboradores, a gente vê que diminuiu nesse período”, disse.

De acordo com a Associação, 60% das empresas do setor pararam completamente durante a pandemia e 32% mudaram o modelo de negócio. Com o avanço da vacinação, a queda dos casos de Covid-19 e a flexibilização dos decretos oficiais, os eventos voltaram a acontecer.

O presidente da Associação Brasileira de Eventos Joelcirney Klimaschewsk explica que os eventos só estão acontecendo no segundo semestre deste ano.

“Verificamos que em torno de 30% dos eventos do primeiro semestre de deste ano estão acontecendo no segundo semestre de 2021 e entre 30% e 40% foram transferidos para o ano que vem. Mas há uma falta de regulamentação do mercado. As pessoas querem segurança, carteira assinada e o mercado trabalha muito com a terceirização, a contratação temporária”, disse.

De acordo com a presidente do Sindieventos de Mato Grosso, Alcimar Moretti ainda não há tantos eventos que recupere o que foi perdido no ano passado, mas o mercado está voltando aos poucos.

“Não é um boom ainda, nós não vamos conseguir recuperar o anos passado e este ano. A gente vai começar a recuperar em 2022, mas ele vem voltando com pequenos e médios eventos, além de pequenos eventos coorporativos, e isso é muito bom. Estamos feliz porque estamos voltando a trabalhar”, contou.

Alcimar diz que as pessoas estão voltando a ir em eventos e que a vida deve continuar.

“O mercado deu uma aquecida, deu uma flexibilizada. De setembro para cá nós retomamos e estamos atendendo os novos contratos. Isso é um bom sinal porque a vida deve continuar, vamos tomar os cuidados, mas a gente ainda tem que continuar a vida e as pessoas estão com vontade de ir aos eventos e elas estão indo e isso é muito bom”, disse.

A palestrante Janette Vaz não parou de trabalhar nem mesmo na pandemia e participou de mais de 200 eventos online. Ela vê com bons olhos a volta dos eventos presenciais, mas entende que o momento ainda requer cuidado.

“Acho importantíssimo esse modo híbrido e acho que vai ficar para sempre, que é você ter a oportunidade de pôr mais agilidade e compartilhar mais conhecimento fazendo online, mas ao mesmo tempo penso que também está na hora das pessoas perderam o medo e começar a voltar a se relacionar outra vez, mesmo considerando que ainda estamos em pandemia e que ainda precisamos manter toda a prevenção de distanciamento e de cuidado com aglomeração”, contou.

Via | G1
Print Friendly, PDF & Email
(Visited 1 times, 1 visits today)