Segundo especialista, as mudanças no comportamento do consumidor em virtude da pandemia vieram para ficar A internet tem se tornado uma ferramenta de compra cada vez mais popular no Brasil. Segundo o estudo Webshoppers, o e-commerce brasileiro registrou o maior crescimento em 20 anos no primeiro semestre de 2020, com uma alta de 47%. É fato que muito desse resultado se deve às restrições da pandemia, mas os especialistas alertam que trata-se de um fenômeno irreversível, ao qual as empresas e vendedores autônomos devem se adaptar o mais rápido possível. Leonardo Carvalho é coordenador do MBA em Gestão de Negócios no Centro Universitário Newton Paiva Segundo ele, o crescimento significativo do e-commerce no país pode ser explicado pela disposição do consumidor em mudar seus hábitos de compra. “Muitas pessoas tinham receio em adquirir produtos on-line por insegurança ou desconhecimento acerca das plataformas. No entanto, quando se viram impossibilitados de comprar presencialmente, se viram obrigados a recorrer a essa modalidade e acabaram conquistados pelo conforto que ela oferece”, analisa o especialista. Segundo o professor, a competitividade no varejo tem sido ampliada graças à percepção das grandes empresas que atuam no setor de que a adaptação é uma necessidade. Um exemplo que ilustra o esforço das organizações para conquistar os clientes nessa nova modalidade é o da Lojas Americanas, cujos investimentos no e-commerce tem permitido a realização de entregas em menos de 24 horas, dependendo da localidade. Segundo Leonardo, existem empresas que estão até deixando de lado as lojas físicas por considerarem o comércio virtual mais vantajoso. “Dependendo do modelo de negócio e do público a ser atingido, o e-commerce pode ser até mais rentável do que o tradicional. No entanto, é importante buscar um equilíbrio entre os dois modelos e se nortear sempre pela tendência de comportamento do consumidor”, orienta o professor. Ambiente favorável ao empreendedorismo Outra consequência do crescimento do e-commerce é o fomento para o empreendedorismo digital. “É um ambiente democrático que oferece às pessoas que não têm capital para investir em um negócio tradicional a oportunidade de utilizar plataformas já existentes para estabelecer contato com clientes e realizar as vendas”, afirma o professor, que destaca a criação dos marketplaces como facilitadores desse processo. Leonardo destaca ainda que a pandemia impulsionou algumas tendências que estavam incipientes, como a venda de conhecimento. Se encaixam nessa categoria os gurus de finanças e até mesmo os cursos sobre como vender mais utilizando as redes sociais. Além disso, têm surgido novas tendências, como a da compra de calçados e vestuário on-line, com as pessoas fazendo menos questão de tocar e experimentar as peças antes de adquiri-las. Para quem deseja empreender ou se adaptar a essa nova realidade, Leonardo dá duas dicas principais: conhecer o público e diversificar os canais. “É preciso ser omnichannel, ou seja, estar presente nas diversas plataformas em que o consumidor utiliza, porque a experiência do usuário é um fator decisivo na hora da tomada de decisão. Para isso, é fundamental fazer um diagnóstico do negócio e compreender as preferências do público de interesse”, finaliza o professor da Newton Paiva .
Via | Assessoria
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