Em 25 anos, mais de 6 mil pessoas foram resgatadas em áreas urbanas e rurais de Mato Grosso em condições precárias de trabalho semelhante à escravidão. O levantamento é do Ministério Público do Trabalho (MP) e Ministério da Economia.

Alguns registros foram feitos em áreas rurais de Mato Grosso, onde trabalhadores estavam sendo explorados em situação semelhante a escravidão, submissão e a não garantia de direitos trabalhistas previstos em lei.

“Trabalhei durante esses 30 dias, o Ministério do Trabalho chegou e fez o resgate. A gente foi recolhido porque não era para trabalhar mais e não tínhamos carteira assinada, não podia estar ali. A gente morava em um barraco de lona e através disso que fomos resgatados, porque era trabalho escravo”, afirma o motorista Joecil Benedito da Silva relata como foi resgatado pelas instituições.

Assim como Joecil, alguns conseguem ser resgatados e conseguem assistência básica. A Comissão Pastoral da Terra (COT) é uma das instituições que ajudam essas pessoas. O agente pastoral Wellington Douglas Rodrigues, conta como o trabalho da Pastoral é feito.

“Essa acolhida é mais no sentido dos trabalhadores saírem do local e pra isso, nós encaminhamos para o Ministério Público do Trabalho e para a Auditoria Fiscal fazerem todos os trâmites que são necessários”, afirma.

O trabalho escravo é caracterizado como alojamentos sem rede de esgoto ou iluminação, sem armários ou camas, com jornadas de trabalho superiores a 12 horas diárias, sem alimentação, sem água potável e sem equipamentos de proteção. Quando essas situações são encontradas cabe ao MP levar os casos a justiça.

Mato Grosso é o terceiro estado do país com o maior número de resgate de trabalhadores em situações semelhantes a de escravos.

As fiscalizações são de responsabilidade da auditoria fiscal do trabalho, mas como o estado é extenso e com regiões de difícil acesso, algumas deixam de ser feitas.

Além disso, faltam servidores para atender todas as demandas. Há apenas metade dos trabalhadores que a instituição precisaria para fazer a fiscalização.

Via | G1

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