Com a posse do primeiro-suplente de deputado estadual, Henrique Lopes (PT), substituto de Valdir Barranco (PT), que se licenciou da Assembleia Legislativa para se candidatar ao Senado, o Parlamento quebra o período de 12 anos sem um representante negro. Para os próximos dois meses, Henrique projeta ser “a voz” das minorias dentro da AL-MT na discussão de políticas públicas. O professor e sindicalista toma posse hoje (30).

De acordo com assessoria da AL-MT, a última vez em que uma pessoa negra ocupou uma das 24 cadeiras do Parlamento foi em 2008, quando chegou ao fim o mandato da professora Vilma Moreira. Em 20 anos, o Henrique é o terceiro da Casa. Conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apenas 28,9% dos deputados estaduais 42,1% dos vereadores eleitos em 2016 no Brasil eram pretos ou pardos.

“Em 2018 foram eleitos 27 governadores, nenhum deles era negro. É uma equação muito simples: menos negros ocupando espaços políticos e de liderança, significa mais esquecimento. Nosso lugar é ocupando os plenários. Nos tribunais, mas como magistrados e não réus. É escancarando que muitos pretos estão longe de ocupar espaços de poder, apenas por não terem condições disso por estarem nas periferias, que vamos provocar novas políticas públicas”, explicou.

Luta pelos trabalhadores

Henrique substituirá Barranco até o fim do processo eleitoral e pretende lutar pelos trabalhadores, bem como das minorias, como indígenas, quilombolas, sem-terra e pantaneiros. A atuação de Henrique, que por duas gestões esteve na presidência do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep-MT), maior órgão sindical de Mato Grosso, também terá a educação como um dos pilares dos temas propostos na AL-MT.

“Como professor da rede pública estadual de ensino, sempre lutei por educação pública, gratuita, laica e de qualidade. É uma trajetória de luta que me credenciou a concorrer a uma das vagas da Assembleia Legislativa. Esse mandato é a concretização de um sonho construído coletivamente. Vamos defender de forma intransigente o direito dos trabalhadores”, afirmou.

Para os objetivos a serem cumpridos durante atuação na AL-MT, o suplente de deputado estadual pretende lutar pelos direitos dos servidores públicos do Estado. “Temos um cenário de retirada de direitos a nível Federal que tem sido replicado em Mato Grosso, em algumas decisões até antecipadas pelo Governo Estadual. A valorização salarial dos servidores do Estado foi praticamente esquecida pelo governador Mauro Mendes. Penso que o Parlamento tenha que levantar a voz em torno disso e serei o porta-voz para exigir que enxerguem o trabalhador”.

A Lei 510/2013, conhecida como Lei da Dobra do Poder de Compra dos Profissionais da Educação, também é um dos debates que Henrique pretende acender na AL-MT. Para ele, a lei, que garante política justa de reajuste anual da inflação mais recomposição, para aumento real de 100% dos salários dos profissionais da Educação no período de 10 anos foi esquecida. Iniciado em 2014, ela deveria ser cumprida até 2024. No entanto desde 2015 a legislação não é cumprida.

“Precisamos também trazer à tona os debates sobre a Revisão Geral Anual (RGA) dos servidores públicos. A luta é por um Estado com políticas públicas sólidas para Educação, Saúde e Segurança, que também devem ser voltadas para a diversidade cultural e social da nossa população, com atenção às mulheres, a comunidade LGBTQI+, negros e idosos. Para isso precisaremos da união de todos e todas”.

Fonte | Assessoria 
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