Uso de probióticos desde o nascimento reflete-se em aves mais preparadas para os desafios sanitários até o abate, destaca especialista da Biomin

O equilíbrio da microbiota intestinal das aves está diretamente ligado à saúde e ao desempenho durante o período de desenvolvimento. Os micro organismos presentes no instestino das aves podem protegê-las de agentes patogênicos, que competem por espaço e nutrientes, além de fortalecer a resposta imune. Segundo Christiane Matias, gerente técnico-comercial da Biomin, logo após a eclosão do ovo os pintinhos passam a ter contato com micro organismos de forma constante. “Eles estão presentes na cama, poeira, água e até na ração”, alerta a especialista da Biomin.

Nas primeiras semanas de vida, como a microbiota ainda não está completamente desenvolvida e com pouca diversidade de agentes benéficos, as aves estão mais vulneráveis a potenciais invasores.

“É muito importante o cuidado com relação ao status sanitário das matrizes, pois a colonização dos patógenos pode ocorrer de forma vertical, já que os micro organismos presentes no aparelho reprodutor das aves podem colonizar o embrião durante a formação do ovo”, explica Christiane Matias.

A presença de bactérias – inclusive a dimensão da população – varia ao longo do trato intestinal, dependendo de fatores como idade, dieta e ambiente. “O estimulo à colonização por microbiota benéfica pode ser feito por meio de aditivos alimentares, como ácidos orgânicos e inorgânicos, fitogênicos, prebióticos, probióticos e simbióticos. Os probióticos têm a capacidade de fazer a modulação da flora intestinal, permitindo o aumento significativo de bactérias benéficas”, aponta a especialista da Biomin.

Após os 30 dias de vida, considera-se que as populações de micro organismos atinjam a maturidade. É no ceco que a atividade bacteriana acontece com maior intensidade, devido à fermentação e ao trânsito mais lento, propício para o desenvolvimento bacteriano. Já no duodeno, as condições não são tão favoráveis, pois existe a atividade de diferentes enzimas e sais biliares que atuam como antimicrobianos.

“Oferecer matérias-primas de boa qualidade e planejar uma dieta que atenda a todas as necessidades nutricionais das aves, contribui para o fortalecimento da resposta imune frente aos patógenos. Por outro lado, a presença de micotoxinas, falta de infraestrutura, estresse térmico e jejum podem impactar de forma negativa o equilíbrio da microbiota”, destaca.

Uma vez presentes no trato gastrointestinal, os patógenos podem causar lesões e colonizar o sistema digestório, podendo chegar à corrente sanguínea, com consequências agravantes para a saúde das aves e da granja. “Os probióticos representam uma excelente ferramenta para promover a redução das bactérias patogênicas, porque atuam por meio da regulação do sistema imunológico, competição por espaço na mucosa intestinal, fortalecimento da barreira epitelial, produção de ácidos graxos e liberação de bacteriocinas – toxinas capazes de impedir o crescimento bacteriano”, enfatiza Christiane Matias.

Segundo a FAO/OMS, os probióticos são definidos como “micro organismos vivos que, quando administrado em quantidades adequadas, conferem benefício à saúde do hospedeiro”. “Ao analisar a formação da microbiota intestinal das aves, é possível concluir que sua composição não é a mesma sempre. A colonização acontece ao longo do tempo e depende de diferentes fatores. O uso de probióticos, principalmente na fase inicial, pode auxiliar na modulação da microbiota intestinal, já que as primeiras bactérias a chegar ao intestino podem bloquear de forma efetiva o crescimento de patógenos introduzidos posteriormente no ecossistema”, complementa a gerente técnico-comercial da Biomin.

Fonte | Assessoria

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