Pesquisa da Mobills também aponta que 11% cancelaram os serviços que pagavam anteriormente
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) realizada em julho, aponta que o volume de brasileiros com dívidas aumentou, atingindo 67,4%. Uma das causas de parte dos endividamentos é que poucas pessoas sabem que é possível renegociar algumas despesas e dívidas.
Uma pesquisa realizada pela Mobills, startup de gestão de finanças pessoais, entre os dias 2 e 13 de julho com mais de 1.500 usuários da plataforma, demonstrou que 51,2% dos respondentes não chegou a negociar nenhum pagamento de suas despesas. Dentro desse perfil, 11,4% cancelaram os serviços que pagavam anteriormente, ou seja, preferiu não negociar valores, e outros 11,3% deixaram de pagar e se tornaram inadimplentes. A maior parte dessa fatia, 28,5% não renegociou as despesas, mas seguem adimplente.
Já os outros 48,8% dos respondentes afirmaram que negociaram algum tipo de pagamento ou dívida nos últimos meses – deste total, 35,9% continuam pagando o valor negociado e 12,9% retomaram o pagamento integral.
Carlos Terceiro, CEO e fundador da Mobills, explica que o momento pede uma avaliação dos consumidores em relação ao orçamento pessoal e que tentar negociar algumas contas pode ajudar a manter as finanças em dia. “A maioria das pessoas teve a rotina afetada nos últimos cinco meses, com isso as prioridades mudaram e algumas despesas podem não fazer tanto sentido atualmente. Para negociar um pagamento, a dica é ser o mais cordial possível com o credor. O contato pessoalmente, geralmente, resulta em uma negociação melhor, mas para evitar sair de casa, a conversa por telefone é uma opção”.
Já para negociar uma dívida o primeiro passo é conhecer o valor real que ela se encontra, ou seja, o valor da sua despesa somado com os juros. Parece algo simples, mas muitas pessoas sequer conhecem qual a taxa de juros que incide sobre seus pagamentos. Outra dica super válida é organizar as dívidas por ordem decrescente das taxas de juros, priorizando o pagamento das que possuem os juros mais altos antes.
Para organizar, ele indica que os consumidores anotem os ganhos e gastos mensais e revejam onde é possível reduzir custos. Para ajudar, Carlos lista abaixo os principais serviços e despesas que podem ser negociados:
• Plano de celular
Com muitas pessoas trabalhando em regime home office, investir em um plano melhor da rede de internet da casa pode ser uma opção, enquanto o plano do celular pode ser diminuído, já que o uso da internet 4G diminuiu e as ligações tradicionais podem ser substituídas por plataformas de ligação online, como WhatsApp, Zoom e Hangouts.
• Dívidas no setor bancário
Os maiores bancos do país estão atendendo aos pedidos de prorrogação de dívidas e empréstimos, tanto de micro e pequenas empresas como pessoas físicas. A prorrogação é de 60 dias para a maioria dos bancos, mas para solicitar a prorrogação é preciso entrar em contato com a instituição, que analisará cada caso de forma individual, levando em consideração o histórico do cliente e outras condições.
• Mensalidades de escolas
Os serviços de ensino podem antecipar férias e utilizar de outros artifícios para reposição de aulas, isto está previsto na prerrogativa dada a estas instituições pela natureza do serviços que prestam. Por isso, as escolas podem cobrar os valores normalmente. No entanto, nada impede que o consumidor busque negociar com a instituição abatimentos nos pagamentos, principalmente, se houver parcelas referente a serviços que não estão sendo utilizados. Um exemplo são os contratos de ensino em tempo integral, nas quais se paga pela refeição dos alunos. Levando em consideração que os alunos não estão utilizando essa parte do serviço, a estimativa desse custo poderia ser descontada dos valores pagos mensalmente. O sucesso da negociação deve envolver os princípios de boa-fé, razoabilidade, equilíbrio e bom senso.
• Aluguéis
Nos contratos de aluguel, a negociação é exclusiva entre as partes. Nesse sentido, o bom inquilino, que sempre paga seu aluguel em dia, pode ter vantagem nessa negociação. A crise e a situação que enfrentamos é complicada para todos. Assim, também não é de interesse do proprietário ficar sem receber o aluguel. Por isso, antes de qualquer atraso, é aconselhado que o inquilino entre em contato com o locatário para um acordo. O ideal é que a conversa mostre com sinceridade as condições para um acordo e que ambas encontrem uma solução que seja a menos prejudicial possível.
Fonte | Assessoria
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