Criado em 2011, o Ciência sem Fronteiras (CSF) conseguiu se tornar, como eu já previa, na época, um fiasco de proporções milionárias e resultados medíocres. Devido à má conduta de seus operadores e ao fraco desempenho de uma grande parcela dos seus participantes, não deu outra: em abril, o Ministério da Educação anunciou o fim do programa para estudantes de graduação, depois de ele ter consumido alguns bilhões de reais dos cofres públicos – investidos em jovens (muitos deles de alta renda!) que optaram por fazer turismo no exterior, em vez de estudar.

Para se ter uma ideia do desperdício, um estudo sobre o tema detectou que menos de 4% dos bolsistas do CSF se formaram no tempo estipulado, e que outros sequer conseguiram acompanhar as aulas devido ao fato de não dominar o idioma do país escolhido! Mais uma vez, ponto (negativo) para o Estado brasileiro, que se mostrou incapaz de ter prioridades educacionais e de fiscalizar os seus próprios investimentos.

Para mim, eis aqui um tipo de conduta que resvala na corrupção e tende a ficar na penumbra da impunidade, um bônus extra para quem oferta e também para quem recebe tal benesse. Resta torcer para que mestrandos e doutorandos não caiam na mesma tentação, para o bem deles próprios e, direta ou indiretamente, de todos nós.

 
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