À Polícia Civil, Adônis Negri, de 66 anos, disse que injetou veneno para se vingar de suspeito de furtos. Audiência está marcada para o dia 31 de janeiro de 2018.

 

O zelador Adônis José Negri, de 66 anos, acusado da morte de um menino de dois anos, em 2016 em Cuiabá, deve ser ouvido pela primeira vez na Justiça a respeito do caso. A audiência de instrução foi marcada para as 17h15 do dia 31 de janeiro de 2018. Ele deve ser ouvido pelo juiz Jurandir Florêncio de Castilho Júnior, da Décima Quarta Vara Criminal.

Adônis é réu na justiça pelo crime de homicídio após injetar pesticida em um achocolatado que, posteriormente, foi ingerido por Rhayron Christian da Silva Santos, que morava com a família dele no Bairro Parque Cuiabá, na capital. Rhayron morreu em uma policlínica da capital, no dia 25 de agosto do ano passado. O G1 não localizou o advogado dele.

Adônis (à esquerda) e Deuel (à direita) chegaram a ser presos na ocasião (Foto: Thainá Paz/ G1)
Adônis (à esquerda) e Deuel (à direita) chegaram a ser presos na ocasião (Foto: Thainá Paz/ G1)

Adônis chegou a ser preso, em setembro de 2016, mas foi solto em outubro do mesmo ano depois que o prazo da prisão dele expirou. As investigações da Polícia Civil, naquela época, indicaram que o veneno foi injetado na bebida pelo comerciante como forma de tentar se vingar de Deuel de Rezende Soares, de 29 anos – que segundo a polícia, furtava comércios e casas na região. Deuel vendeu as embalagens para o pai de Rhayron.

Deuel foi intimado a também prestar depoimento. Além dele, a Justiça deve ouvir a irmã de Deuel, os pais de Rhayron e outras pessoas envolvidas no caso.

Rhayron Christian da Silva Santos (Foto: Arquivo pessoal)
Rhayron Christian da Silva Santos (Foto: Arquivo pessoal)

O caso

A Polícia Civil abriu inquérito para investigar a morte da criança a partir de denúncia registrada pela mãe na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A mulher, de 28 anos, relatou que o filho tomou o achocolatado por volta das 9h do dia 25 de agosto. Isso ocorreu na casa da família, no Bairro Parque Cuiabá, na capital. A criança passou mal minutos depois.

Ouvidos na delegacia, os pais da criança afirmaram que compraram o achocolatado de um vizinho e que a embalagem estava fechada. A mãe ainda declarou que ela e um tio da criança chegaram a ingerir a bebida e também passaram mal.

Caixinha de acholatado foi perfurada para que fosse colocado o veneno (Foto: Reprodução)
Caixinha de acholatado foi perfurada para que fosse colocado o veneno (Foto: Reprodução)

O menino foi encaminhado à Policlínica do Coxipó, em Cuiabá, onde sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu. Segundo a polícia, o veneno foi injetado no achocolatado por Adônis como forma de tentar se vingar de Deuel, que, conforme as investigações, furtava diversos comércios e casas da região. A polícia informou que Deuel é usuário de drogas e costumava cometer pequenos furtos e roubos naquela região.

Lote de achocolatado havia sido recolhido de mercados após interdição da Anvisa (Foto: Carlos Palmeira/G1)
Lote de achocolatado havia sido recolhido de mercados após interdição da Anvisa (Foto: Carlos Palmeira/G1)

Dois furtos ocorreram na casa de Adônis, como ele próprio confessou à polícia. Da última vez, Deuel levou as embalagens de achocolatado e as vendeu por R$ 10 para o pai do menino.

Em depoimento à Polícia Civil, o comerciante disse que envenenou as embalagens de duas marcas de achocolatado e as guardou na geladeira. Ele alegou que queria matar ratos em sua casa. Na época em que o caso era investigado, o delegado Eduardo Botelho afirmou que, para a polícia, a ideia do comerciante era se vingar.

Após a morte do menino, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou o recolhimento de um lote do achocolatado Itambezinho e proibiu a comercialização do produto pelo período de 90 dias, em todo o Brasil.

Fonte | G1 MT

Print Friendly, PDF & Email
(Visited 1 times, 1 visits today)