O oftalmologista Luiz Brito explica que ocorre uma inflamação das bordas das pálpebras e alguns dos sintomas são ardor, coceira e vermelhidão
Realizar a higienização dos cílios é fundamental para a prevenção e o controle da blefarite, uma doença ocular bastante comum que pode persistir por um longo tempo ou causar episódios periódicos. Ocorre uma inflamação das bordas das pálpebras que provoca sintomas como ardor, coceira, sensação de corpo estranho nos olhos, vermelhidão, secreção e sensibilidade à luz. Muitas vezes o paciente também pode apresentar crostas visíveis na base dos cílios, por causa do acúmulo de oleosidade e detritos.
De acordo com o Dr. Luiz Brito, oftalmologista do H.Olhos, Hospital de Olhos da Rede Vision One, “a blefarite não tem uma cura definitiva e demanda cuidados diários, além de acompanhamento médico constante. O objetivo é promover bem-estar ao paciente e evitar que a condição se agrave e evolua para um quadro crônico de olho seco ou conjuntivite, uma inflamação da córnea (ceratite) ou outro tipo de complicação ocular”.
O médico dá algumas dicas para realizar a higienização das pálpebras e cílios:
– comece aplicando compressas mornas sobre os olhos fechados por cerca de 5 a 10 minutos para ajudar a amolecer as crostas e secreções oleosas;
– utilize um produto oftalmológico específico para higiene palpebral, conforme orientação do especialista;
– a limpeza pode ser feita com os olhos abertos, com o uso dos dedos, previamente limpos, do cotonete e de lenços específicos;
– faça um movimento do nariz para a orelha, no sentido horizontal, deslizando suavemente o produto de limpeza pela borda palpebral e cílios;
– o ideal é realizar pelo menos 5 repetições da higienização em cada pálpebra.
As causas da doença crônica são multifatoriais, ou seja, resultado da combinação de diferentes fatores. “Na maioria dos casos, a blefarite está relacionada com o desequilíbrio da microbiota palpebral, que ajuda a proteger o olho de invasores, e a disfunção das glândulas de Meibômio, responsáveis por secretar o componente oleoso que evita que a parte aquosa das lágrimas evapore”, esclarece o médico.
O Dr. Luiz Brito diz quais são os principais fatores de risco para blefarite:
– excesso de oleosidade nos cílios e na borda palpebral;
– proliferação de patógenos, como bactérias ou fungos;
– infestação de ácaros, entre eles o Demodex, parasita microscópico que vive nos folículos capilares e se alimenta de oleosidade;
– doenças como dermatite seborreica ou rosácea;
– fatores ambientais como o clima e a poluição.
O médico reforça que “a principal estratégia de tratamento é manter a assepsia para controlar a quantidade de gordura e de patógenos e, dessa forma, prevenir novas crises inflamatórias. Dependendo da causa da blefarite poderão ser indicadas pomadas, colírios antibióticos e, nos casos mais graves, antibióticos orais e procedimentos com luz pulsada, aquecimento e drenagem das glândulas. O acompanhamento regular com um oftalmologista é indispensável para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento eficaz”.
Durante as crises é crucial evitar o uso de maquiagem na região dos olhos e ter cautela com produtos cosméticos em geral, pois eles podem agravar a obstrução das glândulas e a irritação ocular. Vale lembrar que embora a blefarite não seja contagiosa, é importante nunca compartilhar toalhas, óculos de sol ou outros utensílios de uso pessoal.
Via | asessoria
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