MPF abre procedimento para acompanhar impactos socioambientais da Usina Hidrelétrica de Colíder

MPF abre procedimento para acompanhar impactos socioambientais da Usina Hidrelétrica de Colíder

Medida foi motivada pelo rebaixamento emergencial do reservatório da usina, iniciado em 15 de agosto.

Ministério Público Federal (MPF) instaurou um procedimento administrativo para acompanhar os desdobramentos técnicos, ambientais e institucionais relacionados à Usina Hidrelétrica (UHE) Colíder, localizada no Rio Teles Pires, em Mato Grosso.

A medida foi motivada pelo rebaixamento emergencial do reservatório da usina, iniciado em 15 de agosto, após falhas estruturais identificadas na barragem. Segundo a Eletrobras, responsável pela UHE Colíder, quatro dos 70 drenos da estrutura apresentaram falhas na vazão, elevando o status de segurança da barragem para o nível de “Alerta”.

A decisão do MPF foi formalizada por meio de portaria assinada pelo procurador da República Guilherme Fernandes Ferreira Tavares nesta segunda-feira (25). O órgão destaca que a medida de segurança adotada pela Eletrobras levou a impactos socioambientais significativos para a região.

Embora o licenciamento da usina seja de responsabilidade estadual, o MPF justificou sua atuação com base no alcance dos impactos, que afetam bens e interesses difusos e coletivos de relevância nacional. O órgão também ressaltou que sua atuação será feita em cooperação com o Ministério Público Estadual (MPE), para evitar sobreposição de competências.

O MPE já havia determinado na última semana que a UHE apresente o Plano de Ação Emergencial (PAE), o Plano de Segurança da Barragem, os relatórios de segurança e os estudos ambientais elaborados nos últimos cinco anos.

O acompanhamento do caso será contínuo e multidisciplinar, abrangendo a segurança da barragem, a proteção da fauna aquática, a situação das comunidades tradicionais e ribeirinhas, além do cumprimento das condicionantes ambientais previstas no processo de licenciamento.

O MPF destaca ainda a aplicação do princípio da precaução ambiental para prevenir novos danos e garantir a reparação dos impactos já identificados.

Região da barragem — Foto: Reprodução google maps

Impactos visíveis e prejuízos locais

Com a redução do nível da água, surgiram bancos de areia, houve dificuldade de navegação para comunidades ribeirinhas e aumentou o risco de mortandade de peixes. Em municípios como Paranatinga e Alta Floresta, festivais e eventos programados foram cancelados em decorrência do rebaixamento.

Trecho afetado pela baixa do nível de água — Foto: MPMT

Via | G1

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