Wilson Santos evidencia o papel da gestão estadual no endividamento dos servidores públicos

Wilson Santos evidencia o papel da gestão estadual no endividamento dos servidores públicos

Com mais de 62 mil servidores públicos endividados por empréstimos consignados, o deputado estadual Wilson Santos (PSD) destacou em sessão plenária, nesta quarta-feira (9), o envolvimento direto do Governo do Estado com bancos e sociedades de crédito. Para embasar suas críticas, ele desmembrou pontos do Decreto nº 691/2016 da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), contradizendo a declaração do governador Mauro Mendes (União) que alegou não haver responsabilidade do Estado na situação.

O parlamentar reconheceu os avanços da atual gestão estadual, como os investimentos em infraestrutura rodoviária, a construção de hospitais e o ajuste fiscal. No entanto, fez questão de enfatizar que, no que se refere aos empréstimos consignados, houve falhas gravíssimas e que é necessário fazer justiça aos servidores públicos. “Essa história dos consignados vai entrar para a história. O governo é extremamente eficiente e com recorde em investimentos. E, como o vice-governador Otaviano Pivetta disse, o governo errou e foi omisso em relação aos consignados”, pontuou.

Durante a apresentação do decreto no plenário, o deputado destacou diversos artigos que comprovam as responsabilidades do governo estadual na concessão dos empréstimos consignados. De acordo com ele, os descontos em folha dos servidores ativos, inativos e pensionistas só podem ocorrer mediante autorização prévia e formal. No entanto, Wilson Santos denunciou que boa parte dos mais de 300 mil contratos firmados não apresenta essas autorizações e que o próprio decreto estabelece que a Seplag é responsável pelo controle e averbação das consignações em favor das instituições financeiras, sendo também a responsável por autorizar os descontos diretamente na folha de pagamento, tudo sob a ciência da Administração Pública Estadual.

O parlamentar ressaltou ainda que a Secretaria possui autorização para contratar ou firmar convênios com entidades públicas ou privadas para gerir e processar as consignações facultativas. Além disso, destacou que a Agência de Fomento – Desenvolve MT é responsável pela divulgação do cartão de crédito consignado MT Card junto aos servidores do Executivo estadual. Para ele, essa atuação institucional comprova o envolvimento direto do Estado na operacionalização dos consignados.

Wilson Santos também assinalou a falta de transparência das empresas consignatárias que, conforme ele, não disponibilizaram aos servidores os dados referentes aos débitos contratados, seja por meio físico ou virtual. Entre as informações que deveriam ter sido apresentadas estão o valor total do empréstimo, o número de parcelas pendentes, a taxa do custo efetivo total (mensal e anual), os encargos cobrados e as condições para quitação antecipada.

“Este TAC será para fazer uma desidratação destes juros absurdos que foram praticados nos empréstimos consignados aos servidores públicos. Depois de desidratar ficará um resíduo sobre ele, nós queremos que seja feito uma redução por uma multa que deverá ser aplicada na tipificação de dano moral que o executivo praticou sobre os seus servidores, multa pesada de muitos milhões – e reduza estes montantes de bilhões e bilhões de impostos compulsórios para um valor justo, transparente, decente e a partir deste último número será feito um Refiz (Programa de Refinanciamento) para a quitação dos débitos. Esse é o nosso caminho”, concluiu o deputado.

Wilson Santos concluiu o seu discurso, afirmando que esse é o caminho para reparar uma das maiores injustiças enfrentadas pelos servidores públicos do estado de Mato Grosso.

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