A Polícia Federal cumpriu 40 ordens judiciais nesta quarta-feira (10), durante a Operação Caliandra, que investiga irregularidades na aplicação de recursos públicos federais repassados ao município de Barra do Garças. Ao todo, foram cumpridos 38 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão, em Barra do Garças, Pontal do Araguaia , Cuiabá , Aragarças (GO), Porangatu (GO) e Jussara (GO).
Segundo a PF, os policiais identificaram indícios de irregularidades em recursos destinados à revitalização da Orla do Rio Garças e da Praça Domingos Mariano, além da revitalização e ampliação do Porto do Baé.
Em nota, o prefeito de Barra do Garças, Adilson Gonçalves, afirmou que as possíveis irregularidades são anteriores à sua gestão e que a licitação para a revitalização da Orla do Rio Garças e da Praça Domingos Mariana ocorreram em 2020. Atualmente, os dois convênios estão no status de obra paralisada.
“Assumimos a gestão em 2021 e verificamos que as duas empresas que estavam tocando a obra, aparentemente, não tinham condições financeiras nem estrutura para tocar uma obra de tamanho e vergadura. De pronto, já entramos em contato com a Caixa, fizemos reuniões e, em 2022, entendemos pela rescisão do contrato diante de supostas irregularidades”, explicou o prefeito.
O ex prefeito da cidade, Roberto Farias, afirmou que foi surpreendido com a operação e alegou “ataques e perseguições”, com a aproximação das eleições.
“Causa estranheza a tentativa de atribuir as possíveis ilegalidades à minha gestão, sendo que o atual prefeito efetuou aditivos e pagamentos de quase R$ 400 mil reais da obra de revitalização da Avenida Beira-Rio, antes de rescindir o contrato em setembro de 2022, mas que espertamente não menciona esses acontecimentos”, disse.
Durante as investigações, também foram identificadas transações financeiras suspeitas envolvendo um servidor público municipal com empresas e seus representantes legais, que tinham contratos com a prefeitura.
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Ao todo, foram cumpridos 38 Mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão, cumpridos em Barra do Garças, Pontal do Araguaia , Cuiabá , Aragarças (GO), Porangatu (GO) e Jussara (GO) — Foto: Polícia Federal
A quantidade movimentada pelo servidor era incompatível com a remuneração, o que chamou a atenção dos policiais. Ele teria movimentado mais de R$ 3 milhões, sendo que recebe apenas um salário mínimo.
O g1 tenta contato com a Prefeitura de Barra do Garças.
O esquema de corrupção teria tido início desde a elaboração dos projetos, realização das licitações e execução das obras. Segundo a PF, os procedimentos licitatórios eram direcionados para beneficiar determinadas empresas, que não teriam condições técnicas de executar o contrato e nem ligadas à área de construção de obras, além de utilizar empresas de fachada para simular competitividade.
Via | G1 Fotos | PF
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