Os comerciantes se organizaram para passar de barraca em barraca para recolher os alimentos que serão levados para a geladeira. Enquanto eles fazem isso, as famílias carentes aguardam do lado de fora, ansiosas pela doação.
Para a diarista Iraci Maria Ferreira, de 60 anos, se não fosse essa ação social, a família não teria o que comer em casa. Ela é diarista e cuida das duas netas, de 5 e 13 anos.
“A gente vai no mercado com R$ 200 e não leva nem quatro quilos de nada. É três tomates, cebolas e batatinhas e pronto. Já foi”, contou.
Para Antônia Eva de Jesus, de 62 anos, o salário é todo consumido pelas contas de luz e de água. Ela cuida da mãe, da irmã, que está doente e do neto. A geladeira se tornou um meio para ela levar comida para toda a família.
“O dinheiro que a gente recebe não dá. Só a conta de luz está R$ 200 e de água também”, disse.
A ajuda funciona assim: cada pessoa cadastrada leva a sacola. A quantidade de alimentos varia de acordo com o tamanho da família. Atualmente existem cerca de 500 famílias cadastradas no projeto.
O feirante Anderson Mateus da Silva conta que durante a pandemia, quando muitas famílias perderam emprego e ficaram sem renda, os feirantes perceberam que poderiam ajudar, já que muitos alimentos eram descartados por causa da aparência, dos amassados.
Foi daí que surgiu a ideia da geladeira solidária. As doações para as famílias são feitas de terça-feira a sábado.
Além deles, empresários e até mesmo clientes fazem questão de ajudar a abastecer a geladeira.