A FDA (agência reguladora de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos) aprovou nesta semana o primeiro medicamento sistêmico para o tratamento de um tipo severo de calvície: a alopecia areata, caracterizada pela perda irregular e aguda de cabelo.

O medicamento baricitinibe (nome comercial Olumiant) foi submetido a testes que mostraram o retorno da cobertura capilar em até 35% dos pacientes que já haviam perdido pelo menos 50% do volume de fios por causa da doença, em comparação com o grupo que havia tomado placebo. A droga conseguiu elevar a cobertura capilar do couro cabeludo para pelo menos 80% na 36ª semana de uso, segundo comunicado da FDA. O Manual MSD de Diagnóstico e Tratamento descreve a alopecia areata como “uma doença autoimune que afeta indivíduos geneticamente suscetíveis expostos a gatilhos ambientais indefinidos” e acrescenta que ela “ocasionalmente coexiste com vitiligo autoimune ou tireoidite”. Em determinados casos, a alopecia areata pode levar à perda total dos cabelos, barba, sobrancelha e cílios, como ocorre com a atriz Jada Pinkett Smith, mulher do ator Will Smith. Estudos anteriores sugerem que a prevalência de alopecia areata ao longo da vida na população mundial é de 2%. Nos Estados Unidos, a FDA estima que cerca de 300 mil pessoas sejam diagnosticadas com a doença a cada ano. Até então, os tratamentos disponíveis envolviam injeções de corticoides (anti-inflamatórios) e uso de antralina e/ou minoxidil tópicos, entre outras drogas destinadas a doenças autoimunes. Os estudos demonstraram que os efeitos colaterais registrados foram: infecções do trato respiratório superior, dor de cabeça, acne, níveis elevados de colesterol, aumento dos marcadores sanguíneos relacionados ao músculo, infecções do trato urinário, níveis elevados de enzimas hepáticas, inflamação dos folículos pilosos, fadiga , infecções do trato respiratório inferior, náuseas, infecção genital por fungos, contagem baixa de glóbulos vermelhos, contagem baixa de glóbulos brancos, dor abdominal, herpes zoster e aumento de peso. O laboratório desenvolvedor do medicamento, Eli Lilly, garante que a incidência dos efeitos adversos foi baixa, causando uma taxa de abandono de, em média, 2,2%. “A aprovação de hoje ajudará a atender a uma necessidade significativa não atendida de pacientes com alopecia areata grave”, disse em comunicado o diretor da Divisão de Dermatologia e Odontologia do Centro de Avaliação e Pesquisa de Medicamentos da FDA, Kendall Marcus. O sinal verde da FDA, uma agência considerada referência mundial, é o passo para que fabricantes solicitem o registro de medicamentos em outros órgãos reguladores, como a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Via | R7   Foto | Freepik
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