O machismo não tem limites. Nem senso de ridículo. A história do morador de rua que se vangloriou de fazer sexo com a esposa de um personal trainer é um dos casos mais emblemáticos de como funciona o massacre inclemente que mulheres sofrem no dia a dia.

O quer aconteceu se tornou de amplo conhecimento público, em detalhes de toda natureza, dos mais humilhantes e degradantes aos mais cafajestes e asquerosos. Nenhum reparo mais é possível na vida da mulher. Ela foi exposta de forma preconceituosa, debochada e cruel. O marido da moça também foi ridicularizado pela cultura igualmente implacável de tripudiar sobre homens traídos. Os chifrudos também são vítimas preferencias dos machos que se julgam potentes e inatingíveis. Bem sabemos que nenhum de nós está imune à traição, e isso não deveria ser motivo de chacota. O único que se deu bem foi o garanhãozinho do Distrito Federal que ganhou na loteria da subcelebração das pequenas tragédias do cotidiano. Ele seguiu, até de forma intuitiva, o roteiro de todo homem criado para tratar mulheres como objetos de uso e troféus de uma masculinidade tóxica, repugnante. Acompanhar a repercussão do caso nas redes sociais não é para gente com um mínimo de decência. Os comentários, em sua extensa maioria, colocam a mulher sempre acompanhada de adjetivos infames, julgamentos hipócritas e nenhuma, nenhuma compaixão. O machismo estrutural deveria ser motivo de vergonha. Mas prospera e deve permanecer por muito tempo. Um horror.
Via | R7
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