Unir trânsito e arte com o intuito de provocar um impacto positivo no comportamento do motorista rondonopolitano foi a intenção do Projeto Circo na Rua, que tem apoio das Secretarias Municipais de Transporte e Trânsito (Setrat) e de Saúde (SMS) sendo um dos selecionados, ainda em 2021, pelo Edital Movimentar do Governo de Mato Grosso – realizado para estimular o setor cultural no período da pandemia.

Em contrapartida à sua escolha pelo Movimentar, o Circo na Rua realizou, nesta sexta-feira (25), por meio de uma blitz lúdica e educativa, performances àqueles que passaram na esquina da Avenida Lions Internacional com a Rua Otávio Pitaluga, entre as 16h30 e as 18h30, visando levar as pessoas a refletir sobre o atual cenário do trânsito em Rondonópolis e o que se pode conseguir com pequenas, mas importantes, mudanças de comportamento. “Com o fluxo que temos nesse ponto estratégico da Lions, a média, numa sexta-feira, nesse horário, é de dois mil veículos, ou seja, um público considerável assistindo a apresentação”, comentou o secretário de Trânsito, Lindomar Alves. Utilizando o mote “Atente-se aos detalhes. Assim como na arte, o trânsito é cheio deles”, o grupo circense chamou a atenção da população para cuidados simples que podem evitar acidentes como, por exemplo, parar na faixa de pedestre ou sinalizar com a seta antes de fazer uma manobra. Uma das artistas circenses integrantes do projeto, Ana Cristina Rodrigues, compartilhou como surgiu a inspiração para fazer da rua o palco e do trânsito o enredo: “Nós queríamos praticar a arte circense e expô-la na rua. Ao pensarmos no tema a ser abordado, percebemos que a situação do trânsito na cidade é crítica e a quantidade de acidentes alarmante. Então, resolvemos quebrar a rotina dos passantes e apresentar a narrativa da educação no trânsito por meio do entretenimento”. Para a artista, a arte é ferramenta de transformação. “Nós artistas acreditamos que a mensagem que transmitimos não volta vazia. Ela é uma sementinha que plantamos no público e que pode frutificar em alguém que, ao carregar o conteúdo assimilado, transmitirá para mais outras pessoas com quem tem contado, multiplicando, assim, os conceitos recebidos”, avaliou Ana Cristina sobre o efeito contagiante que uma apresentação bem feita pode gerar. “Quando se fala em cultura remete-se a hábito e hábito é algo difícil de mudar de uma hora para outra. Nesse aspecto, o artista é fundamental, porque ele é agente de propagação de ideias capaz de provocar resultados significativos no público com sua atuação”, pontuou Lindomar. Na opinião da gerente do Programa de Saúde no Trânsito da SMS, Zuleide Carvalho, a iniciativa desses artistas é louvável, porque valoriza a arte e enfatiza a vida. “Aqui, resolvemos trazer os lemas do Conselho Nacional de Trânsito de 2021 que é ‘No trânsito, sua responsabilidade salva vidas’, e de 2022, que é “Juntos salvamos vidas’, ressaltando a questão da vida, porque tanto na pandemia quanto no trânsito temos perdido muitas vidas, seja para o vírus ou para os desastres nas vias”, disse. Só no primeiro semestre de 2021, segundo o secretário de Trânsito, foram 1.432 acidentes registrados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Rondonópolis. Desse total, 75% tiveram o envolvimento de motocicletas. Lindomar revela uma preocupação especial com os condutores de motos, já que a cidade conta com uma frota considerável desse tipo de veículo. “Os motociclistas devem manter a atenção redobrada, pois sua cabeça é seu para-choque. Então, a possibilidade dele sofrer lesões, traumas ou até chegar a óbito é maior do que de quem esteja dentro de um automóvel”, salientou o gestor, afirmando que, hoje, o município tem registrados 197 mil veículos e desses mais da metade são motos. Lindomar acredita que para mudar a atual realidade do trânsito na cidade é preciso sensibilizar os motoristas, pois a consciência, de acordo com ele, só acontece quando o indivíduo se sente tocado por determinados valores. Mas, também, conforme o secretário, resultados podem ser alcançados aos se endurecer as medidas de fiscalização e controle. “O que temos hoje é um sentimento de impunidade. Mas isso por enquanto, pois estamos nos organizando para implementarmos ações e implantarmos instrumentos de contenção de excessos como lombadas, pardais e Operação Lei Seca”, declarou o titular da Setrat. Outra frente de atuação, para Lindomar, é o trabalho feito com as novas gerações. “Na educação do trânsito vamos estabelecer uma transversalidade com as escolas, porque as crianças podem influenciar o comportamento dos pais ao incentivarem o uso do cinto de segurança e alertarem sobre o perigo da utilização do celular enquanto eles dirigem”, notou. Adotando uma abordagem abrangente sobre o assunto, o gestor lembrou de mais um importante ator nas vias públicas: “Os pedestres também devem ser educados para o trânsito e ao se aproximarem de uma faixa de pedestre assumirem a atitude adequada sabendo que não devem ficar em frente a ela batendo papo nem olhando indecisos. Ao contrário, devem ser claros indicando que querem atravessar levantando o braço, o gesto conhecido como ‘Dê sinal de vida’. Ao identificar alguém indicando que vai atravessar, o motorista deve reduzir a velocidade e também ligar o sinal de alerta para avisar os carros que vêm atrás de que há uma pessoa que vai cruzar a rua a pé. Assim, todos os atores do trânsito agem de forma sincronizada evitando problemas”.
Via | Assessoria
Print Friendly, PDF & Email
(Visited 1 times, 1 visits today)