Os alimentos que dependem do óleo vegetal quente na panela pra fazer a fritura fazem parte do gosto popular. Mas este componente indispensável está com os preços mais altos.
Diante desse cenário, os comerciantes em Cuiabá já sentem os impactos, como é o caso de Vanderlei de Aguiar, que vende churros e gasta oito litros de óleo de girassol toda semana pra dar conta das encomendas.
O litro saltou de R$ 6 para R$ 13 nos últimos 15 dias.
Vanderlei conta que duas semanas atrás o óleo que ele usa pra misturar na massa e para fazer a fritura representava 25% do custo total de produção. Agora, esse mesmo produto representa 40% dessas despesas.
Nesse curto intervalo de tempo, o vendedor teve que aumentar de R$ 6 para R$ 8 o preço do churros.
Segundo o consultor de mercado, Léverson Gomes, uma soma de fatores levou a esta realidade: primeiro, a falta de chuvas no sul do país reduziu a produção de soja, o que fez encarecer o produto e os derivados. Além disso, a guerra no leste europeu também é combustível para a alta dos preços: a Ucrânia, invadida pela Rússia, é grande exportadora de óleo de girassol.
A escassez desse produto faz com que a procura por óleo de soja aumente em todo mundo, sendo mais um motivo para a alta.
O consultor afirma que o cenário atual com fatores externos importantes, principalmente a guerra entre Rússia e Ucrânia, além de uma frustração de safra não só na região sul do país, mas em alguns países da América do Sul, como Argentina e Paraguai acabam por criar um cenário de grandes incertezas.
“Diante desse insegurança, puxando a fila da demanda mundial, vemos a Índia que é um grande importador de óleo de girassol da Ucrânia e que está se movimentando e aquecendo muito a demanda pelo óleo de soja. Nesse contexto, a gente acredita que os consumidores podem se preparar para um momento importante no preço do óleo de soja. Esse movimento pode impactar os preços nas prateleiras, mas também aumentar o custo para os setores que precisam do óleo de soja, principalmente restaurantes e lanchonetes”, afirma.