O Tribunal Superior do Trabalho (TST) tem, em sua composição, seis mulheres: a vice-presidente, ministra Dora Maria da Costa, e as ministras Maria Cristina Peduzzi, Kátia Magalhães Arruda, Delaíde Miranda, Maria Helena Mallmann e Morgana Richa, última a tomar posse, em dezembro de 2021. Neste Dia Internacional da Mulher, conversamos com algumas delas para saber quais foram os principais desafios e as conquistas durante o período de pandemia.

Direitos

Primeira mulher a comandar o TST desde sua criação, a ministra Maria Cristina Peduzzi lembra que os direitos entre homens e mulheres estão garantidos na legislação brasileira. “No entanto, no dia a dia, essa igualdade ainda não foi plenamente alcançada”, afirma. “A luta é permanente, as conquistas são sempre provisórias, e o objetivo é aproximar, cada vez mais, a igualdade formal, já conquistada, da igualdade material plena e almejada”. Responsável por comandar a Justiça do Trabalho durante a crise sanitária que assolou o mundo a partir de fevereiro de 2020, ela lembra como foi desafiador, de uma hora para outra, colocar todos (magistrados, servidores, prestadores de serviço e estagiários) em trabalho remoto e passar a realizar todas as atividades de forma online. “Além dessa mudança na forma de realizar o trabalho, também tive um aumento considerável de carga de trabalho, não só por ter assumido a presidência do TST e do CSJT, mas também em razão das novas demandas jurídicas e administrativas advindas do contexto da pandemia”, observa.

Democratização do ensino

Eleita para assumir a vice-presidência na atual gestão, a ministra Dora Maria da Costa esteve à frente da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (Enamat) durante os piores momentos da pandemia da covid-19. Pela primeira vez na história da instituição, o curso nacional de formação inicial de novos magistrados do trabalho foi realizado completamente pela internet. “A 27ª edição do evento foi um esforço concentrado da equipe da Enamat para organizar a programação de diversos palestrantes em quatro semanas de curso. Conseguimos, assim, democratizar o ensino para os 60 novos juízes do trabalho”, enfatizou.

Sobrecarga

A crise sanitária também agravou a sobrecarga de trabalho das mulheres, em um momento em que todos precisaram se isolar dentro de casa para se proteger da covid-19. O trabalho remoto se somou ao acompanhamento dos filhos nas aulas online e às tarefas domésticas que nunca têm fim. Esse desafio é enfrentado por praticamente todas as mulheres, independentemente da posição social, na opinião da ministra Delaíde Miranda Arantes. Ela conta que teve que conciliar o Mestrado em Direito do Trabalho na Universidade de Brasília (UnB) com o nascimento de dois netos e com todo o trabalho como ministra do TST, que, de uma hora para outra, teve de ser realizado totalmente por meio do computador e do celular. “A jornada, que era dupla, quase quadruplicou”, recorda. “Tive a preocupação de atender às partes de processos e a outras visitas em audiências por vídeo. Para facilitar a comunicação, transferi o ramal do meu gabinete diretamente para meu celular. Foram tempos difíceis, mas estamos aqui e nos adaptamos às novas tecnologias com a carga horária maior e a cultura, ainda escassa, de divisão sexual do trabalho em nossos lares e famílias”.
Via | Assessoria TST  Foto | Em sentido horário, ministras Delaíde Arantes, Dora Maria da Costa, Kátia Arruda, Morgana Richa, Maria Helena Mallmann e Maria Cristina Peduzzi
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