O inquérito da Polícia Civil que investigava o deputado Gilberto Cattani (PSL) concluiu que o parlamentar não cometeu o crime de homofobia ao postar em sua conta no Instagram ‘ser homofóbico é uma escolha e ser gay também’, em maio de 2021. O caso ganhou repercussão e o repúdio de entidades de defesa das pautas LGBTQIA+.

Ao concluir que não houve o crime de homofobia, o delegado Celso Renda Gomes levou em consideração o que disse o parlamentar durante depoimento. Segundo o deputado, o movimento LGBTQIA+ havia iniciado um movimento dizendo que ‘ser homofóbico é uma escolha’ e que, segundo ele, apenas acrescentou que ‘ser gay também’.

No inquérito, o delegado destacou a fala do parlamentar sobre a campanha promovida pela comunidade LGBTQIA+.

Conforme depoimento do deputado à polícia, o movimento dava a entender que existiria um terceiro gênero. No entanto, segundo o delegado, Cattani fez questão de destacar que cientificamente é comprovado que não se escolhe o sexo.

Post feito pelo deputado estadual Gilberto Cattani — Foto: Reprodução

Post feito pelo deputado estadual Gilberto Cattani — Foto: Reprodução

O delegado diz no inquérito que para incriminar alguém é necessário ter o mínimo de convicção. Ele afirmou ainda que ‘o mundo está cada vez mais complicado’ e que Cattani estava na condição de parlamentar estadual quando se pronunciou sobre o assunto.

“Não temos convicção de que tenha cometido ‘crime’ que lhe fora imputado, razão pela qual deixamos de indiciá-lo, se é tal atribuição nos seria cabível”, disse.

A vereadora Edna Sampaio (PT) foi a autora da denúncia que gerou o inquérito contra Cattani. Ao saber do não indiciamento pela polícia, ela se manifestou dizendo que espera que a população LGBTQIA+ tenha força e energia suficientes para resistir e mudar o que chamou de ‘ordem perversa’.

“Eu penso que nós vivemos dias dificílimos na garantia da vida. Os poderosos resolveram fechar o estado pra si mesmos e, a não ser que o direito seja, de fato, o privilégio de uns poucos, não há estado e nem lei que garanta a vida do que chamam de minoria e que, de fato, são maioria”, disse.

Segundo ela, assim como as mulheres, a juventude, pessoas negras e indígenas, a comunidade LGBTQIA+ são os alvos da ‘maldade institucionalizada aonde a lei é muito relativa quando é para preservar direitos do povo’.

Via | G1
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