A greve dos servidores da Receita Federal começa a afetar a fiscalização das cargas que entram no país. Cerca de 200 caminhões estão parados na alfândega do órgão em Pacaraima, município de Roraima que fica na fronteira com a Venezuela. A categoria iniciou as paralisações na última segunda-feira (3), em protesto ao Orçamento de 2022 aprovado pelo Congresso Nacional. Até o momento, 1.273 cargos foram entregues.

De acordo com o Sindifisco (Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil), a greve segue por tempo interdeminado. Enquanto isso, outras 800 carretas esperam a liberação de cargas como arroz, feijão, café e açúcar nas alfândegas de Pacaraima (RR), Boa Vista (RR) e Manaus (AM). Desde 27 de dezembro último, os auditores reivindicam acordos do governo federal com a Receita Federal que não foram cumpridos. Segundo o Sindifisco, a categoria enviou um ofício ao presidente Jair Bolsonaro no dia 16 de setembro do ano passado com pedido de inserção de bônus de eficiência, previsto na lei 13.464/2017. O documento só foi entregue, por meio do Ministério da Economia, em 7 de dezembro. Até então, nada foi feito, de acordo com o sindicato. “Como Paulo Guedes [ministro da Economia] deu uma contraordem, retirando o recurso do Orçamento, a categoria explodiu. Não tivemos nenhum avanço. Apenas circulam informações já sabidas e pedidos de votos de confiança que já não mais encontram eco na categoria, acostumada a ver seus acordos descumpridos nos últimos cinco anos”, destacou o presidente do Sindifisco Nacional em Brasília, George Alex Lima de Souza. Nesta quarta-feira (5), o governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), se reuniu com representantes do Sindifisco para prestar apoio às reivindicações da categoria. Por meio da Secretaria de Governo do Estado, ele informou que entrou em contato com o ministro Paulo Guedes e o chefe-geral da Receita Federal em Brasília, Júlio César Vieira, para sensibilizá-los sobre a situação dos auditores-fiscais.

Banco Central

Os servidores do Banco Central também estão mobilizados e devem entregar 500 cargos comissionados ainda nesta semana, segundo o Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central), caso as negociações com o presidente do órgão, Roberto Campos Neto, não avancem. Na última segunda-feira (3), a categoria iniciou a elaboração da lista de exonerações e ações para atrair ainda mais servidores para a mobilização contra o Orçamento de 2022, que concedeu reajuste salarial somente às carreiras policiais. Uma paralisação nacional já está marcada para o próximo dia 18. “A expectativa é que alcancemos um total de mil cargos entregues por meio de um movimento de pressão coletiva”, disse o presidente do Sinal, Fábio Faiad.
Via | R7
Print Friendly, PDF & Email
(Visited 1 times, 1 visits today)