Ex-aluno de Educação Física da Unic rompe barreiras e representa o país em campeonatos de parajiu-jitsu Os primeiros sentimentos que permearam a vida da família de Juninho Cabral, 30, assim que ele veio ao mundo, foram a desesperança e o medo. O atleta da Seleção Brasileira de Parajiu-Jitsu, nasceu sem braços ou pernas e precisou mostrar que poderia quebrar paradigmas já no primeiro choro de sua vida. Com o esporte, pôde provar que o impossível praticamente não existe. Hoje ele acumula medalhas esportivas e já participou de 10 campeonatos. Representou o Brasil no Uruguai em 2019, quando se consagrou campeão Pan-Americano. Em agosto de 2021, ganhou a medalha de prata no Internacional Pro – torneio organizado pela AJP Tour, no Rio de Janeiro. Formado em Educação Física pela Universidade de Cuiabá (Unic) de Rondonópolis, o atleta também é Vice-Campeão do Grand Slan do Rio de Janeiro, campeonato esse que deu a ele a vaga para o mundial em Abu Dhabi que está com data a ser definida, por causa da pandemia da Covid-19. Nada em sua vida foi fácil, conta que suas conquistas sempre foram ‘suadas’. Os parentes do lutador se surpreenderam ao se depararem com um bebê sem os membros superiores e inferiores. Alguns parentes duvidaram que ele sobrevivera, por isso foi preciso que a sua tia e avó paternas o escondessem. Depois de uma semana Juninho foi apresentado aos pais que o aceitaram e começaram a entender como seria criar uma criança com limitações. Só que, até então, a família não imaginava que “limite” não faria parte do dicionário de Juninho. Ingressou no curso de Educação Física da Universidade de Cuiabá, em Rondonópolis e se formou em 2014. Como mora na cidade de Itiquira (150 km de distância do câmpus), Juninho ia e voltava de ônibus todos os dias. Durante a graduação teve várias oportunidades no ramo esportivo, foi auxiliar técnico do time de futsal feminino de Rondonópolis, podendo participar do campeonato brasileiro feminino, juntamente com o time da universidade. Conta que o desejo de fazer o curso começou na infância, quando entrou na escola pública aos seis anos. “Nada era diferente, mas não me deixavam jogar futebol com as outras crianças. Foi aí que surgiu o desejo de cursar Educação Física quando crescesse. Queria poder praticar os esportes que todos julgavam ser impossíveis para alguém na minha condição, mas o que precisavam entender é que eu me adapto e consigo”, diz. Em 2015 foi voluntário como treinador do time feminino da cidade e em 2017 teve a oportunidade de conhecer o seu ídolo Falcão pessoalmente. Dois anos depois, Juninho teve seu primeiro contato com o Jiu-Jitsu e se apaixonou pelo esporte. “Treino duro desde então para levar cada vez mais medalhas e orgulho ao meu estado. Não existe limite, o caminho é sempre persistir, acreditar e nunca desistir, assim a gente chega lá”, finaliza.
Via | Assessoria Unic
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