Os alvos da Operação Bereu já eram investigados pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) há algum tempo. Segundo a polícia, eles integram uma organização criminosa que agia, especificamente, no Bairro Tijucal, em Cuiabá, onde criminosos exigiam o pagamento de taxas a moradores daquela região.
De acordo com a polícia, entre os valores cobrados estão pagamentos para integrarem a própria organização criminosa, cobranças a empresários do bairro e também taxas cobradas para que “bocas de fumo” pudessem funcionar na região.
Policiais realizam a Operação Bereu nesta quarta-feira — Foto: Polícia Civil
Como funcionava a organização criminosa
As investigações apontaram que o principal líder do grupo está preso e, de dentro da PCE, dava as ordens aos subordinados para agirem no Bairro Tijucal.
Os investigadores identificaram outros dois criminosos que atuavam como líderes de rua no bairro e eram o “braço direito” do criminoso que está preso. As determinações eram feitas por meio de cartas, que são conhecidas dentro de unidades prisionais como `bereu’, nome que deu origem à operação.
Essas cartas, interceptadas pela Polícia Civil, foram escritas pelo líder da organização criminosa dentro da PCE e nelas constavam as mais variadas ordens de como os criminosos que estavam nas ruas deveriam agir e cumprir as determinações.
Ainda segundo a polícia, em análise do conteúdo das cartas, os policiais descobriram a exigência da cobrança de taxas aos integrantes do grupo criminoso. Em caso de inadimplência, eram aplicadas sanções, como agressões físicas.
Dinheiro, drogas e objetos apreendidos durante a Operação Bereu — Foto: Polícia Civil
As cartas demonstraram ainda que o tráfico de drogas no Tijucal era dominado pelo grupo, com a cobrança de pagamentos para o comércio de entorpecente, assim como a droga vendida era fornecida pela própria organização criminosa.
O inquérito policial instaurado pela GCCO comprovou, até agora, que pelo menos 20 pessoas foram cadastradas para participarem e integrarem a organização criminosa.
Os investigados poderão responder pelos crimes de integrar organização criminosa, tráfico de drogas, associação para o tráfico, entre outros crimes correlatos.