A Polícia Civil concluiu, nesta quarta-feira (10), a identificação de mais uma vítima do rompimento da barragem de Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ao todo, 270 pessoas morreram na tragédia, ocorrida em 25 de janeiro de 2019, e 263 delas foram identificadas. Sete pessoas permanecem desaparecidas.

De acordo com os peritos, a vítima é um homem que tinha 55 anos à época do rompimento da barragem. A família foi avisada há pouco sobre a identificação e, até a publicação desta reportagem, ainda não havia autorizado a divulgação do nome da vítima. A ossada dessa vítima foi encontrada pelo Corpo de Bombeiros no dia 2 de outubro, mas não foi possível realizar a identificação com base nas análises de papiloscopia (impressão digital) ou de arcada dentária. Isso porque, passados 1.021 dias da tragédia, os corpos já se decompuseram e os segmentos corpóreos encontrados são, basicamente, ossos e dentes. No caso do exame de arcada dentária, os peritos afirmaram que não havia outros exames para que houvesse uma comparação. Dessa forma, de acordo com o perito criminal Higgor Dornelas, os recursos utilizados pelos peritos foi a análise do material genético contido nos ossos da vítima. — O exame de DNA é feito por método comparativo. Para isso, nós temos um laboratório com banco de dados do perfil genético de familiares de todas as vítimas. A gente joga o perfil genético da vítima em um software e ele indica de qual família ele pertence. Para garantir não haver dúvidas, nós repetimos o exame.
As buscas continuam em Brumadinho após 1.021 dias do rompimento da barragem da Vale, localizada na mina Córrego do Feijão. De acordo com a Polícia Civil, todos os dias, os bombeiros encontram ossadas e outros segmentos corpóreos em meio à terra, que são enviados para análise dos peritos. Neste momento, a Polícia Civil aguarda o resultado de cerca de 20 a 30 amostras que estão sendo analisadas e podem ser de uma das sete vítimas que continuam desaparecidas. — A gente tem várias amostras em análise. Os encontros são quase diários. Desde o rompimento, a Polícia Civil já fez mais de 1.000 análises, mas muitos deles são ‘reidentificações’. Só temos a resposta se se trata de uma nova vítima quando os exames são finalizados. Identificação A identificação de mais uma vítima da tragédia em Brumadinho ocorre pouco mais de um mês após a última pessoa identificada. Em 6 de outubro, os peritos confirmaram ter identificado os restos mortais de Angelita Cristiane Freitas de Assis, que era técnica de enfermagem do trabalho na Vale e tinha 37 anos na época. Pouco antes, no dia 24 de agosto, Juliana Creizimar de Resende Silva, que tinha 33 anos, foi identificada. O marido dela também foi levado pela lama e teve o corpo identificado em 2019. A analista operacional da Vale deixou dois filhos gêmeos.
Via | R7
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