Publicações no Twitter e no Facebook espalham a informação de que as vacinas contra o coronavírus podem facilitar que as pessoas desenvolvam AIDS. As postagens incluem atalhos para publicações dos sites Stylo Urbano e Coletividade Evolutiva.
Segundo esses sites, a conclusão está nos relatórios da Public Health England, autoridade sanitária do Reino Unido. O texto do site Stylo Urbano teve como base um artigo publicado no site britânico The Exposé.
A principal conclusão, sobre a possibilidade das vacinas favorecerem o desenvolvimento de Aids, está numa coluna, que é parte de uma tabela creditada à Public Health England(PHE). Essa coluna indica o que seriam “semanas antes da falha total do sistema imune”.
O estudo da PHE realmente tem uma tabela semelhante, mas a coluna não existe no original, como é possível verificar na imagem abaixo. Os textos que apresentam as tabelas adicionadas também não explicam de onde conseguiram essa informação sobre a possibilidade das vacinas transmitirem AIDS.
As tabelas originais apenas mostram o status da vacinação na Inglaterra e quantas pessoas tiveram casos de coronavírus naquela semana. Os textos que apresentam as tabelas modificadas não explicam quais dados ou cálculos foram usados para se chegar à conclusão da coluna adicionada, já que o estudo não fala sobre AIDS.
Além disso, não é o enfraquecimento ou fortalecimento do sistema imunológico que provoca a AIDS. A doença é transmitida por um vírus quando há contato direto com o sangue, sêmen ou fluidos vaginais de um infectado. É a infecção que leva o paciente e ter problemas de imunidade.
Órgãos de saúde nacionais e internacionais, como a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e a OMS (Organização Mundial de Saúde), asseguram que as vacinas passaram por diversos testes antes de serem disponibilizadas para o público e são seguras.