Nesta sexta-feira, 15 de outubro, comemora-se o Dia do Professor. Estatísticas revelam avanços na profissão ao longo dos últimos anos e apontam para os desafios do futuro Nesta sexta-feira, 15 de outubro, é celebrado o Dia do Professor, no Brasil. Ao todo, 2,2 milhões de pessoas exercem a profissão, na educação básica do País, e 386.073, na graduação. Os dados fazem parte do Censo Escolar 2020 e do Censo da Educação Superior 2019. Essas duas edições das pesquisas são as mais recentes concluídas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que também publicou, recentemente, os resultados brasileiros da Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis). No relatório é possível verificar a percepção dos professores sobre o exercício da docência no Brasil. Se tudo começa na educação básica, é nessa etapa também que se concentra a maior parte dos profissionais. A maioria destes está no ensino fundamental: ao todo, são 1.378.812 (63%). Quando se trata da escolaridade entre os que dão aula nos anos iniciais dessa etapa educacional, o Censo Escolar 2020 mostra que 85,3% têm nível superior completo. Cabe ressaltar a relevância da qualificação dos profissionais que atuam neste momento crucial da trajetória do estudante. Ao longo dos últimos anos, as estatísticas são claras sobre a evolução no grau de escolaridade dos docentes. No comparativo entre 2016 e 2020, o número de pós-graduados foi de 34,6% para 43,4%. O percentual também aumentou no que diz respeito à formação continuada, partindo de 33,3%, em 2016, para 39,9%, em 2020. Essa elevação é parte de uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE), que visa a aumentar o percentual de professores com pós-graduação para 50%. O número de graduados também subiu em todas as etapas da educação básica (infantil, fundamental e médio). O ensino médio se destaca por ter o maior percentual de docentes com nível superior completo. Dos 505.782 que atuaram nessa etapa, em 2020, 97,1% têm graduação. Nessa etapa, 89,6% possuem licenciatura e 7,4%, bacharelado. Apenas 2,9% têm formação de nível médio ou inferior. Mulheres – As professoras são maioria em todas as etapas da educação básica. Elas correspondem a 96,4% da docência na educação infantil, a 88,1% nos anos iniciais e a 66,8% anos finais do fundamental, respectivamente. No ensino médio, 57,8% do corpo docente é composto por mulheres. Vínculo – O Censo Escolar 2020 também revela que os professores seguem trabalhando em uma mesma escola por mais tempo. O Indicador de Regularidade do Docente (IRD), que avalia a permanência destes profissionais no mesmo ambiente de trabalho, apresentou um avanço em relação a 2019. O percentual de escolas na faixa média-alta do indicador passou de 42,6%, em 2019, para 45,8%, em 2020. Também foi observado um aumento na faixa alta: de 10,1%, em 2019, para 13,1%, em 2020. As escolas privadas representam o maior percentual nessa faixa, em comparação com as outras redes de ensino. O percentual de escolas da rede privada na faixa alta do IRD foi de 16%, em 2019, para 20,4%, em 2020. Já na rede pública, o percentual nessa mesma faixa passou de 8,6% para 11,3%. Vale pontuar que, quanto mais tempo o professor permanece no quadro funcional de uma instituição, melhor conhece a escola e mais contribui na relação com os alunos e com a comunidade. Mudança de ambiente – Na Talis 2018, os professores dos anos finais do ensino fundamental foram perguntados se gostariam de mudar para uma nova escola, caso fosse possível. Destes, 13% afirmaram que sim. O percentual é considerado positivo e está abaixo da média dos países participantes da Talis (21%), além de figurar como um dos mais baixos entre os países latino-americanos. Somente na Cidade Autônoma de Buenos Aires, foi constatado um percentual ainda menor (12%). Em países como Colômbia e Chile, o percentual é de 25%. Já no México, o índice foi de 27%. Entre os professores brasileiros do ensino médio, a manifestação por uma possível mudança de local de trabalho também é considerada baixa. O percentual do Brasil (14%) se iguala ao da Dinamarca. Ambos estão bem distantes de Taiwan, que apresentou o maior percentual de professores que mudariam de escola, caso fosse viável (42%).  Profissão – O Relatório Nacional da Talis 2018 ainda traz informações sobre os tipos de contrato de trabalho dos professores — o que retrata as condições de estabilidade na profissão. Disponível no portal do Inep, o documento mostra que o percentual de docentes brasileiros nos anos finais do ensino fundamental com contrato por tempo indeterminado chega a 79%. O percentual está próximo da Média Talis (80%) e supera os percentuais de todos os outros países/economias latino-americanos participantes da pesquisa: Chile (62%), México (72%), Cidade Autônoma de Buenos Aires (72%) e Colômbia (76%). O Brasil é um dos 48 países/economias que participaram da mais recente edição da Talis, realizada entre 2017 e 2018. No País, responderam à pesquisa 2.447 professores e 185 diretores de escolas dos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano), além de 2.828 docentes e 186 diretores de escolas do ensino médio, das redes pública e privada. A Talis tem sido aplicada a cada cinco anos pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Os dados revelados pelo estudo são comparáveis internacionalmente e refletem questões relacionadas à aprendizagem e às condições de trabalho de professores e diretores em diversos países. As informações são apuradas por meio de questionários que, no Brasil, são aplicados pelo Inep, em parceria com as secretarias estaduais de Educação.   Educação superior – No universo da educação superior, 54,3% dos professores que atuam no setor são vinculados a instituições privadas e 45,7%, ao sistema público de ensino. Quanto à qualificação, o Censo da Educação Superior 2019 mostra que 37,5% (144.874) dos docentes possuem mestrado e 45,9% (177.017), doutorado. Nesse sentido, os dados da pesquisa refletem a superação da meta 13 do PNE, já que a diretriz estabeleceu o objetivo de ampliar a proporção de mestres e doutores do corpo docente em exercício para 75%, sendo, do total, no mínimo, 35% doutores. Nos cursos de licenciatura, 59,9% dos professores têm doutorado. Já nos bacharelados e superiores em tecnologia, 55,1% e 31,9% dos docentes são doutores, respectivamente. O censo também mostra que a maioria dos professores de cursos presenciais é composta por profissionais com doutorado. Já na modalidade a distância (EaD), a maior parte é de mestres. Nos  presenciais, 88,2% dos docentes possuem mestrado ou doutorado. Em contraponto, nos cursos a distância, esse percentual é de 89,1%. Via | Assessoria de Comunicação Social do Inep
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