As mudanças na rotina de trabalho e convivência trazidas pela pandemia foram abordadas em um bate-papo online, na manhã desta quarta-feira (22.09), com a participação de servidores do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT). O evento, cujo tema foi “Estratégias de adaptação psicológica em meio a pandemia”, ocorreu em alusão ao Setembro Amarelo, mês de conscientização e prevenção ao suicídio.
O bate-papo foi mais uma iniciativa da Secretaria de Gestão de Pessoas (SGP) do TRE-MT, com o objetivo de promover o cuidado com a saúde mental dos servidores. “É um tema relevante sobre o momento em que estamos vivendo, e precisamos parar para refletir, porque são situações que influenciam nossas vidas, não só no trabalho, mas o convívio com a família também, já que tivemos que nos adaptar ao home office”, frisou o secretário de Gestão de Pessoas do TRE-MT, Valmir Milomem. O médico psiquiatra Paulo Saldanha falou sobre a importância de cuidar da saúde mental, e que a pandemia fez com que muitas pessoas decidissem procurar ajuda. “Percebi que as pessoas buscaram mais ajuda porque passaram a ter flexibilidade de horário, começaram a ter tempo de olhar para si. Nossa sociedade atual tem todos os requisitos para um quadro ansioso ou depressivo, mesmo sem pandemia, então este período agravou essas situações”. O especialista também fez um alerta quanto ao risco da automedicação. “Quero destacar que a psicoterapia é fundamental como estratégia de prevenção e cuidado emocional, algo que faz diferença na vida das pessoas. A indicação medicamentosa para esses casos deve ser feita por um psiquiatra, e em casos estritamente necessários”, acrescentou o médico Paulo Saldanha. Durante o evento, foi apresentada uma pesquisa desenvolvida sob coordenação da psicóloga organizacional do TRE-MT, Viviane Zaitum, que teve a participação de 260 servidores, entre os meses de junho e julho de 2021. Eles responderam à pergunta sobre as estratégias que utilizaram para cuidar da saúde mental neste período de pandemia. Do total, 36% disseram que iniciaram atividades físicas, 16% buscaram um momento de oração, 14% recorreram à meditação, 12% focaram em trabalhar e estudar, 4% procuraram atendimento com psicólogo, 10% ampliaram o convívio familiar e 8% não utilizaram nenhuma estratégia. Viviane Zaitum ressaltou que a pandemia trouxe mudanças de hábito e de comportamento, que exigiu adaptação por parte de todos. “Costumo dizer que é um exercício de resistência, resiliência e ressignificação. O trabalho em casa, em função da pandemia, intensificou alguns sentimentos, como estado de alerta, que gera cansaço emocional e físico, sensação de falta de controle, tristeza e choro, entre outros”. Entre as estratégias de enfrentamento, ela reforçou a importância de ter cuidado com as compensações, como excesso de alimentos ou consumismo, além de investir em ações que promovam a distração de assuntos que causem angústia. “Precisamos fortalecer nossa rede social e afetiva, fazer pausas sistemáticas durante o trabalho, exercícios físicos, e, principalmente, buscar um profissional de saúde quando as estratégias não forem suficientes para a estabilização emocional”. Segundo a psicóloga, quando a ansiedade gera cobranças excessivas, é preciso ponderar a opção de procurar ajuda profissional. “Achei muito válida a discussão sobre o tema. Entendo que buscar a psicoterapia antes de adoecer, como recomendou o Dr. Paulo, é uma das melhores estratégias para prevenir doenças como a ansiedade, depressão e síndrome do pânico. É essencial buscar essa adaptação à mudança e criar estratégias de promoção da saúde metal, tais como criar uma rotina, montar um cenário de trabalho tranquilo em casa, praticar exercícios físicos, usar a tecnologia para contatar os entes queridos e manter hábitos e horários”, avaliou a técnica judiciária, Helma Martins da Cunha Bazán, que é chefe do Cartório Eleitoral de Chapada dos Guimarães.
Via | Assessoria
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