A produção de frutas, legumes e verduras caiu cerca de 30% em Mato Grosso por causa da estiagem rigorosa, segundo a Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer).

No sítio da Margareth dos Santos, no Distrito de Aguaçu, em Cuiabá, em outras épocas, eram colhidos em média 600 kg de legumes e verduras por dia e hoje são apenas duas caixas de 25 kg por semana. Ela disse que faltou água para a berinjela chegar ao ponto e a produção do quiabo praticamente acabou.

“Isso aqui estava verdinho, era tudo verde, lindo, coisa mais linda de se ver, mas agora está dando tristeza. Antes, eu não tinha preocupação, vendíamos mercadorias. Se a gente não tivesse quiabo, a gente tinha abóbora, e agora não temos nada”, disse.

Além dos problemas enfrentados com a estiagem, a produtora questiona a falta de apoio do poder público para superar esse momento.

O governo informou que está desenhando um fundo garantidor que prevê a criação de subsídios para que o agricultor familiar possa ter acesso a linhas de financiamento mais facilitadas. Segundo o estado, essa ação deve ser divulgada ainda neste ano.

Sem água no solo, não há boa condição para a produção de alimento. Na terra da Margareth, o pouco verde que existe é por causa da irrigação, que é cara, já que é preciso utilizar de energia elétrica para o sistema funcionar.

As dificuldades para os produtores no campo impactam o consumo na cidade, com o aumento dos produtos.

“Com certeza aumentou bastante. Cada um dá uma desculpa, ou é por conta da chuva que não tem, ou do combustível que está alto, e assim as coisas vão aumentando”, pontuou a funcionária pública, Cristina Vidal.

A produtora Joalice Chagas entregava couve, cebolinha e alface na feira cinco vezes na semana. Agora, são apenas duas vezes.

“Na minha hidropônica tem 30 bancas, como precisei reduzir, agora eu estou apenas com 10 bancas funcionando para conseguir manter pelo menos meus clientes, porque se eu perder meu clientes, eu perco minha fonte de renda”, relatou.

Sem conseguir a quantidade ideal de frutas e verduras para oferecer aos consumidores, os feirantes precisam buscar alternativas.

O presidente da Associação de Permissionários do Mercado do Porto disse que os trabalhadores têm feito esforços para não perder os produtos.

“Quando a gente não consegue com um produtor, a gente procura outro. Então mantemos o padrão de quantidade de produtos que tem no mercado e também a qualidade”, disse.

A Secretaria Estadual de Agricultura Familiar afirmou que está trabalhando para oferecer opções aos produtores.

“Buscamos conhecimento e divulgação de algumas técnicas que você consegue minimizar essa situação, esse estresse hídrico. Vamos atrás de variedades tolerantes à seca, que não vai ocasionar um dano significativos às plantas”, explicou o engenheiro agrônomo da secretaria, Leonardo Ribeiro.

Para ter uma recuperação tanto na produção, como no consumo, os produtores esperam pela volta das chuvas no estado.

Via | G1
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