A falta de chuvas agravou a crise hídrica/energética nas últimas semanas e levou as grandes indústrias de Mato Grosso a suspenderem as atividades no horário de pico, entre 17h e 21h, para conter o consumo de energia.

O presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Gustavo Oliveira, disse que já está alertando as indústrias de menor porte para que se preparem também para adotar essa escala, caso necessário. “Nesse horário de pico há um aumento de custos. Maiores indústrias, que consomem muita energia, já não trabalham mais nesse horário”, explicou. Gustavo participou de uma reunião com o ministro Bento Albuquerque, nessa terça-feira (31) para discutir os impactos da crise no setor industrial. O Ministério de Minas e Energia está fazendo estudos sobre a volta do horário de verão. Segundo o presidente da Federação, as indústrias têm buscado comprar energia no mercado livre, mas agora estão investindo mais em eficiência energética, fazendo adaptações, adquirindo equipamentos mais modernos que gastam menos para produzir. “Esse processo de mudanças deve acelerar mais ainda agora com a crise energética”, pontuou. Outras empresas estão partindo para investimento em geração própria, principalmente a fotovoltaica, biomassa, biogás e até biodiesel. Ainda não há previsão de racionamento energético e nem de redução de horário de funcionamento. Com a nova bandeira, o custo da energia elétrica vai aumentar em torno de 7% para a indústria. Usina de Manso A Usina de Manso, em Cuiabá, está operando com 19% da capacidade total devido ao baixo nível do reservatório neste período de estiagem na capital. A capacidade máxima da usina é de 210 megawatt e, atualmente, a produção média é de 40 megawatt. De acordo com a Furnas Centrais Elétricas, o reservatório está com uma elevação de 279,46 metros, o que representa um volume de 14,63% do total. Durante uma reunião da Sala de Crise do Pantanal, no dia 4 de agosto, um representante da usina afirmou que o reservatório corre o risco de zerar em outubro, caso a estiagem continue. ‘Premiação para redução no consumo’ O governo anunciou na quarta-feira (25) uma “premiação” para consumidores residenciais, rurais, comerciais e industriais que conseguirem economizar energia elétrica — no entanto, as regras para o programa não foram divulgadas. Na quarta-feira, um decreto do presidente Jair Bolsonaro determinou que os órgãos públicos federais deverão reduzir o consumo de energia de 10% a 20% entre setembro de 2021 e abril de 2022. As regras valem para órgãos da administração pública federal direta, autarquias e fundações. De acordo com o governo, a medida não engloba estatais. Durante a entrevista, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, voltou a descartar a possibilidade de racionamento de energia.
Via | G1
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