Convocado pela Assembleia Legislativa a dar explicações sobre as aulas presenciais na pandemia, o secretário estadual de Educação, Alan Porto, defendeu nesta terça-feira (17) o retorno das aulas no formato híbrido, negou que haja surto de contaminação de Covid-19 nas escolas. Ele minimizou a quantidade de casos confirmados da doença entre alunos e professores desde que as atividades foram retomadas de forma híbrida, no dia 3 de agosto. O requerimento de convocação partiu do deputado estadual Lúdio Cabral (PT), que também é médico sanitarista, e foi aprovado pela ALMT na última semana. Haviam sido contabilizados até as 18h de segunda-feira (16), conforme dados apresentados pelo secretário, 64 casos confirmados de Covid-19 em profissionais da educação e 39 em estudantes em 79 escolas. A rede estadual tem 728 unidades escolares, 393 mil alunos e 27 mil servidores. Porto afirmou que as escolas foram preparadas pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc-MT) para este momento de volta das aulas presenciais, alternando com o ensino online, tanto em relação à orientação sobre os cuidados a serem tomados nas unidades quanto aos recursos repassados para compra de itens de biossegurança, como álcool em gel e máscaras. O secretário de Educação negou que haja um surto de coronavírus nas escolas estaduais. “O conceito da palavra surto é quando se tem um aumento exponencial num determinado local. Não é o caso. Temos 0,009% [de casos]. E 99,99% estão tendo as atividades dentro do programado, cumprindo os protocolos de segurança e tomando as decisões em casos em que realmente foi detectada a Covid”, afirmou Porto, em entrevista antes do evento. Cabral criticou a volta às aulas, afirmando que “não era o momento para isso”, e disse que o retorno somente deveria ocorrer quanto a taxa de incidência estivesse abaixo de 100 casos por 100 mil habitantes a cada 7 dias e com todos os profissionais da educação plenamente vacinados (1ª e 2ª doses). O deputado sugeriu, entre outras coisas, que o estado compre cinco máscaras PFF2 (considerada mais segura) para cada trabalhador da educação, que seja feita testagem em massa entre os profissionais a cada 15 dias, e que haja isolamento tanto para casos suspeitos quanto para os confirmados. “Já somos o 1º estado do país em mortalidade total por Covid-19. Mas hoje somos, em números absolutos, o 6º estado do país em mortes diárias. Só perdemos para São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Goiás. O que tem a menor população é Goiás, que tem o dobro da população de Mato Grosso. Somos o 2º estado do país em incidência semanal de casos novos e esse é o problema mais grave, que fala sobre a circulação do vírus. A incidência é de 206 casos a cada 100 mil habitantes por semana. A média nacional, 93, e temos estados que já tem incidência de 31, portanto, circulação baixa, condição adequada para o retorno presencial”, disse Cabral.

Retorno híbrido

Para a retomada de forma híbrida, com aulas presenciais e online, a Seduc-MT estabeleceu que os estudantes sejam divididos em grupos que irão às escolas em dias alternados. A ideia é evitar aglomeração e reduzir os riscos de contágio. Na semana em que o estudante não estiver em atividade presencial, ele terá estudo dirigido. Nas salas de aula é obrigatório manter o distanciamento social de 1,5 metro e obrigatório o uso de máscara facial e álcool em gel. As turmas funcionarão com metade de sua capacidade e cada uma será considerada uma ‘bolha de relacionamento’: se algum profissional ou estudante tiver sintomas, contrair Covid-19 ou tiver contato com alguém infectado, todos que fazem parte dessa bolha deverão fazer quarentena por 14 dias. Já as demais turmas podem manter as atividades presenciais.
Via | G1
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