As empresas alvos da Polícia Federal na Operação Curare, que aponta para organização criminosa que fraudava contratações emergenciais e recebia recursos públicos a título de indenização sem processo licitatório na Saúde de Cuiabá, podem pertencer, na verdade, a apenas um grupo econômico.
A informação consta na decisão do juiz federal Jeferson Schneider, da 5ª Vara Federal de Cuiabá, que autorizou a operação deflagrada na última sexta-feira (30) com um total de 21 mandados de busca e apreensão, entre 11 pessoas físicas e 10 jurídicas. De acordo com a PF, as empresas Hipermed Serviços Médicos & Hospitalares S.A., Ultramed Serviços Médicos e Hospitalares Ltda., Smallmed Serviços Médicos e Hospitalares Bireli. e Medserv Serviços Médicos e Hospital area Ltda, LV Serviços Médicos e Hospitalares, o Instituto Brasileiro Santa Catarina (Ibrasc), K.J.R, Gestão, Vida e Saúde, atuavam conjuntamente como um cartel, porém, possuem ligações societárias. “A análise dos poucos elementos disponíveis das contratações acima descritas revelam que a cotação de preços é um momento crucial para fraude das compras públicas, tanto que as empresas acima mencionadas são frequentemente consultadas, como se fossem concorrentes, quando, na verdade, constituem um mesmo grupo empresarial, ou até uma só empresa, já que, em muitos casos, não há prova da existência autônoma de cada uma delas”, diz trecho da decisão. Os serviços prestados ocorriam na Saúde do município de Cuiabá, em contratos feitos através da Secretaria Municipal de Saúde, especialmente no gerenciamento de leitos de terapia intensiva para o tratamento de pacientes infecta- dos pela covid-19. De 2019 a 2021, o grupo se beneficiou em contratos que somam mais de R$ 100 milhões da Prefeitura de Cuiabá. Dinheiro apreendido Durante os mandados de busca e apreensão, a PF apreendeu R$ 70 mil na casa do secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues da Silva. Ele foi afastado pela Justiça Federal juntamente com o secretário interino de gestão, Alexandre Beloto Magalhães de Andrade. Além deles, os servidores Antônio Kato, Felipe de Medeiros Costa Franco, Hellen Cristina da Silva e Mhayanne Escobar Bueno também foram afastados. Consta que as empresas investigadas na operação ofereciam orçamentos de suporte para simular procedimentos de compra emergencial, como se fossem concorrentes. Outro lado Em nota, a Prefeitura de Cuiabá informou que é a principal interessada na elucidação da investigação e afirmou que vai acatar as determinações judiciais.
Via | Folhamax
Print Friendly, PDF & Email
(Visited 1 times, 1 visits today)