A campanha nacional de coleta de DNA de familiares de pessoas desaparecidas resultou na obtenção de 42 perfis genéticos de indivíduos em Mato Grosso, e teve a participação de 36 familiares que doaram material genéticos, conforme levantamento da Coordenadoria de Perícias em Biologia Molecular da Perícia Oficial e Identificação Técnica de Mato Grosso (Politec).
Apesar do mutirão da campanha ter se encerrado no dia 28 de junho, as coletas continuam sendo realizadas tanto em Cuiabá quanto no interior do Estado, mediante agendamento realizado pela Polícia Civil. A Campanha visa a ampliação do Banco Nacional de Perfis Genéticos que, segundo a coordenadora de perícias em Biologia Molecular, Késia Renata Lopes Melo, é uma importante ferramenta que vai possibilitar que as famílias deem um fim à angústia de ter um ente desaparecido. “A expectativa é que com o aumento dos perfis genéticos no banco de dados, consequentemente os resultados dos materiais aumentem. Estamos organizando agora uma nova rotina para que além de processar as amostras de referências coletadas dos familiares, possamos  identificar também as ossadas encontradas no Estado ou corpos de pessoas que foram enterradas como indigente”, afirmou a coordenadora. Qualquer pessoa com um ente desaparecido, de até 1º grau (pais, filhos ou irmãos), pode participar da campanha. Para isso, será necessário registrar um boletim de ocorrência, em seguida a delegacia encaminhará o familiar a um dos 17 postos de coleta existentes emI Mato Grosso. A relação dos telefones e endereços dos pontos de coleta estão disponíveis no site www.politec.mt.gov.br. A ação faz parte da Campanha Nacional de Desaparecidos, de iniciativa do Ministério da Justiça e Segurança Pública, através da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). Todo o material recolhido será utilizado com a finalidade exclusiva de identificação de pessoas desaparecidas por intermédio do Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG). O Banco é coordenado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. A Politec é um dos pontos de coleta e onde as amostras de DNA serão processadas e, posteriormente, comparadas com o material genético oriundo de restos mortais de cadáveres não identificados armazenados nos institutos médico-legais, em busca da identificação destas pessoas. Os materiais biológicos coletados serão processados e inseridos no Banco Nacional de Perfis Genéticos. O DNA do próprio desaparecido também poderá ser extraído de itens de uso pessoal, tais como: escova de dentes, escova de cabelo, aparelho de barbear, aliança, óculos, aparelho ortodôntico, dente de leite, amostra de cordão umbilical. Esses materiais também poderão ser entregues nos pontos de coleta da campanha. A coleta é simples e indolor, feita via cavidade oral, com uma espécie de cotonete, que é passado na parte interna das bochechas da pessoa. Caso seja identificado um possível parentesco com os dados de alguma pessoa falecida, os peritos informarão a Delegacia ou a Diretoria Metropolitana de Medicina Legal (DMML), que entrará em contato com os familiares para que sejam realizados os procedimentos legais. O trabalho de fortalecimento da busca de pessoas desaparecidas na RIBPG ganhou força no último semestre quando os laboratórios de genética forense nacionais intensificaram o processamento das amostras de restos mortais não identificados existentes nas suas unidades federativas para fim de inclusão nos Bancos de Perfis Genéticos, e com ações locais na coleta de DNA de familiares de pessoas desaparecidas, resultando no aumento dos resultados hoje existentes. Relatório Semestral Dados do relatório semestral da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, divulgado em maio de 2021, apontam que no decorrer dos últimos sete anos, Mato Grosso contribuiu com a inserção de 1.889 perfis genéticos no banco nacional, enquanto o país contabiliza 110.576 perfis inseridos. Os dados referem-se às categorias de perfis genéticos de vestígios de locais de crime; condenados por crimes hediondos e grave ameaça; suspeitos, decisões judiciais e restos mortais identificados; pessoas de identidade desconhecida e restos mortais não identificados; e referência direta de pessoa desaparecida. Desde então, a inserção de perfis genéticos obteve sete coincidências entre vestígios, duas coincidências entre indivíduos, e auxiliou treze investigações em Mato Grosso. Coincidências entre vestígios ocorrem quando vestígios coletados de diferentes vítimas de estupro apresentam o mesmo perfil de origem masculina. O conceito de investigação auxiliada é definido como um procedimento de investigação criminal no qual o banco de perfis genéticos adiciona valor ao processo investigativo. Já as coincidências confirmadas são aquelas observadas entre vestígios ou entre vestígio e indivíduo cadastrado criminalmente.
Via | Assessoria
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