Uma das prioridades na vida de quem já estudou, estuda ou venha a estudar a língua inglesa no Brasil deveria ser o seu uso constante e com qualidade, afinal ela continua a ser considerada apenas um idioma estrangeiro em nosso território continental, apesar da sua presença e influência nas nossas atividades cotidianas. Em suma: deveria ser uma prioridade, mas não é. Afirmamos isso com enorme pesar porque, seja na iniciativa privada ou no setor público, de forma individual ou coletiva, apesar de todas as facilidades que os avanços tecnológicos têm nos oferecido nas últimas décadas, a dificuldade que as pessoas têm demonstrado de interpretar a realidade que nos cerca e sua incapacidade de fazer uso adequado e rotineiro das ferramentas educacionais que estão atualmente à nossa disposição são questões que já se arrastam entre nós há algumas gerações, com pouca perspectiva de mudança no curto prazo. Para nós, estudiosos do comportamento linguístico das pessoas, o simples fato de alguém querer se matricular num dado curso de inglês, seja ele remoto ou presencial, por si só, já deve ser comemorado, com certeza. No entanto, sabemos que poucos são os matriculados que terminam todos os módulos projetados, infelizmente. Razões citadas com mais frequência: falta de motivação, de tempo e de dinheiro. Na verdade, apenas uma pequena parcela da população teve acesso ao estudo-aprendizado mais frequente e pormenorizado da língua inglesa no Brasil desde o Descobrimento, atingindo ao menos o nível intermediário de proficiência no idioma. Isso quer dizer que podemos contar em milhões o total de Brazilians que, em tese, atualmente são capazes de ouvir, falar, ler e escrever com alguma desenvoltura no idioma bretão. No caso dos demais, a maioria sequer consegue ir além de algumas parcas e mal faladas/escritas palavras ou expressões. Outros preferem permanecer no campo do jocoso the-book-is-on-the-table ou do sempre-mencionado verb to be. Assim sendo, não há como discordar de que é importante estudar o idioma com a seriedade que o tema exige. Mais importante, no entanto, é aprender a língua-alvo no seu mais alto grau de minúcia e de detalhamento, sempre que possível e necessário, ou a paciência permitir. Importantíssimo, porém, é colocar todo um repertório de informações teóricas adquiridas ao longo dos meses ou anos em prática, para que a produção oral e escrita que se almejava desde o princípio possa ser verificada, para júbilo próprio e exemplo a ser seguido pela coletividade, talvez. Neste contexto, praticar o idioma significa ter a iniciativa individual e coletiva de encontrar ou criar oportunidades presenciais ou remotas que permitam a manutenção ou evolução das habilidades de ouvir, falar, ler e escrever no idioma bretão, seja através da música, do cinema, das redes sociais ou dos inúmeros aplicativos que temos disponíveis hoje em dia. Se notadas e anotadas, opções não faltam. O que falta mesmo é gente disposta a superar o medo e a vergonha de mostrar que sabe o que dizer (de forma oral e escrita) nos grupos de WhatsApp, nos encontros via Google Meet, nas lives feitas no Instagram e Facebook, por exemplo. Gente que queira interagir a qualquer hora e em qualquer lugar, mas in English, please!   Via | VALÉRIA CRISTINA NEGRETTE DA NÓBREGA BUZATTI é pós-graduada em Ensino de Língua Inglesa (UFMT) e professora efetiva da rede municipal de ensino. JERRY T. MILL é Mestre em Estudos de Linguagem (UFMT), presidente da Associação Livre de Cultura Anglo-Americana (ALCAA), membro-fundador da ARL (Academia Rondonopolitana de Letras), associado honorário do Rotary Club de Rondonópolis e autor do livro Inglês de Fachada.
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