Com as restrições que a pandemia de coronavírus trouxe, artistas e produtores culturais ficaram de mãos atadas para levar seu trabalho à população. Buscando amenizar os efeitos desse momento, foi criada a Lei Aldir Blanc, que permitiu a essa classe dar vazão à sua produção e, em uma segunda etapa, beneficiou o público que aprecia arte e cultura, levando a ele entretenimento, conhecimento e lazer.

Sancionada pelo Governo federal em virtude do estado de calamidade pública proveniente da pandemia de Covid-19, a Lei Aldir Blanc veio como um amparo ao setor artístico e cultural, destinando recursos para que profissionais da área pudessem manter-se em atividade por meio do repasse de valores da União aos estados e municípios. O acesso ao montante se dá por meio de editais que viabilizam a seleção de projetos culturais, sua execução e prestação de contas por meio da apresentação das obras.

Lançados no final do ano passado pela Secretaria Municipal de Cultura (Secult), oito editais contemplaram diversas modalidades artísticas, como artes visuais, dança, teatro e música. Dessa maneira, muralistas, artesãos, músicos, artistas plásticos, escritores e cantores, entre outros profissionais da cultura, puderam dar continuidade às suas realizações, evitando o ostracismo.

“Esse editais foram muito importantes, porque os artistas que vivem só das artes, com a pandemia, foram privados de exercer seu ofício, mas continuaram com as obrigações de sobrevivência, como contas de luz, água, telefone, além de alimentação. Então, a Lei Aldir Blanc veio como um bálsamo”, analisa a chefe do Departamento de Ações Culturais da Secult, Maria Inês Silva.

Reunindo escritores e artistas plásticos selecionados nos editais 004/2020 e 006/2020, uma solenidade de entrega das obras produzidas e, ao mesmo tempo, contrapartida pelo montante recebido através da Lei Emergencial, aconteceu ontem (14), no hall de entrada do Paço Municipal. “A ideia foi levar os quadros aos servidores municipais e à população que frequenta a Prefeitura, democratizando a arte e permitindo que eles possam desfrutar dos benefícios gerados pelo projeto”, compartilha Maria Inês.

Uma das selecionadas, a artista rondonopolitana Regina Maslem, que tem 27 anos de carreira, narra a experiência: “No começo de 2020, quando veio o isolamento, foi bem complicado, porque meu ateliê sobrevivia da venda de obras de arte e das aulas que eu dava. Tive que fechar as portas e continuar produzindo em casa. Então, a pandemia deu uma estagnada na minha vida”. A luz no fim do túnel apareceu após seis meses, relata a artista: “No meio do ano começamos a ouvir falar dos editais. Então, foi como uma porta se abrindo”.

Essa mudança de rumos provocada pela Aldir Blanc foi como um sopro revigorante para a classe artística, conforme avalia Regina. “No início da pandemia foi muito triste. Depois, nos alegramos com essa lei e, no final, vejo que tudo isso foi para colaborar com a arte. É como se conseguíssemos fechar um ciclo de forma saudável”, comenta ela e reflete: “A preocupação do artista, hoje, é principalmente com a sobrevivência, em dois sentidos. Sobrevivência física e sobrevivência da própria arte que o profissional produz. E há um medo muito grande também”.

Para Regina, só há a comemorar com a lei: “Ela funcionou muito bem e só tenho a agradecer. Torço apenas para que permaneça, porque há artistas que têm projetos quem podem ter prosseguimento”.

Cada obra literária terá 10% dos exemplares doados para a Secult, que serão destinados a bibliotecas do município, conforme Maria Inês. Também os artistas vão ceder dois quadros que serão destinados a espaços públicos da cidade. A exposição pode ser visitada por qualquer pessoa até sexta-feira (18).

Via | Assessoria   Foto | Wheverton Barros
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