Há oito anos saiu do papel o projeto da professora Coraci Campos Santos. Depois de ficar todo o ano de 2012, em tratamento contra um câncer raro, na cidade de Barretos-SP, a educadora rascunhou ideias para formatar um projeto, que assistisse famílias com baixa renda.

A proposta era criar um ponto de apoio para amenizar a dor de quem fica longe, sem a família e faz o tratamento de câncer. Mas também com missão educacional, de conscientização e desenvolvimento das pessoas, além da assistência social e material.

A professora nascida em Tesouro e radicada em Rondonópolis, desde 1996, infelizmente não conseguiu testemunhar, em vida, o seu projeto.

Sonho, que virou Coletivo Professora Coraci e saiu do papel pelas mãos do filho Éverton Neves, advogado e professor da Unemat/Rondonópolis. “O nome é em memória a essa grande guerreira, professora que sempre lutou por justiça social. Começamos nossos trabalhos no ano de 2013, com ações pontuais feitas, por meio dos voluntários, como assistência material e técnica, como encaminhamentos e procedimentos e, também, quando necessário, judicialização de alguns casos de famílias carentes que precisavam de medicação ou tratamento específico. Conseguimos excelentes resultados, tanto em Rondonópolis, onde estamos sediados, como na da baixada cuiabana, Vila Bela da Santíssima Trindade, região Araguaia-Xingu e Aripuanã”.

O trabalho, sem qualquer finalidade lucrativa, com propósito de chamar classes e movimentos sociais para voluntariado, ganhou espaço e cresceu. Já são 2 empresas parceiras e 9 voluntários fixos.

São brasileiros de grande coração, como a professora Silviane Ramos Lopes da Silva. Ela é voluntária da entidade e atende as cidades de Vila Bela, Várzea Grande e Cuiabá. A educadora realiza palestras e formação para com famílias vulneráveis, especialmente sobre o empoderamento e empreendedorismo: “A pandemia restringe, precisamos seguir os protocolos de segurança, mas seguimos levando mensagem de dias melhores para as comunidades. E é assim que eles vão descobrindo que é possível vencer, através de atitudes e criatividade”.

Daniel Freitas retribui com o voluntariado, o apoio dado pelo Coletivo Professora Coraci para o tratamento do seu filho. “São pessoas que não lhe cobram nada e resolvem com muito respeito os encaminhamentos que a gente precisa. Eu só tenho a agradecer”.

O grupo mostrou a força do voluntariado em 2020. No pico da pandemia, os membros do Coletivo passaram a focar nas pessoas atingidas pela crise, que aumentou o desemprego e a fome. Segundo o IBGE, pelo menos 68% das famílias perderam renda durante a pandemia, e o impacto sobre a segurança alimentar e nutricional foi direto: 67% dessas famílias precisaram, pelo menos uma vez, diminuir a quantidade de alimentos em suas refeições diárias, além de que cerca de 42% deixaram de fazer uma das refeições diárias por falta de recursos financeiros.

“Aumentamos nossas ações na arrecadação de alimentos, criamos o projeto Cesta de Solidariedade, e conseguimos uma grande resposta da sociedade. No ano passado atendemos 120 famílias. Já arrecadamos quase 1 tonelada de alimentos para doação. Queremos ir adiante, ampliar nossas ações. Estamos recrutando novos voluntários e de portas abertas para novas empresas parceiras. Hoje atendemos famílias que moram no bairro Edelmina Querubim, em parceria com o diretor Valdinei Cae, da Escola Stela Maris, os alunos do curso de Direito, especialmente o amigo e liderança André Ávila, dentre outros. Agradecemos às empresas Fertipar e Fribon, unidades Rondonópolis. Temos condições de expandir para outras regiões. A realidade de milhares de pessoas de Rondonópolis preocupa, precisamos agir”, comenta Everton.

Ações de arrecadação e distribuição de alimentos acontecem em parceria com a Clínica de Direito Humanos da Unemat/Rondonópolis.

Qualquer pessoa pode ser voluntária, desde que seja maior que 18 anos”. Toda ajuda é sempre bem-vinda. Queremos jovens, adultos, idosos inseridos nesta ideia e ajudando a compor mais justiça social em nosso município. Ajudar não dói e enriquece a alma”, lembra Everton.

O Coletivo Professora Coraci está estruturado para um novo passo, buscando sede própria, para somar forças com o terceiro setor e articular novas parcerias.

Mais informações podem ser obtidas por telefone ou WhatsApp através do número 66 9616-8706 ou por rede social, através do endereço @coletivoprofcoraci, @grupogedifi ou ainda por e-mail: redjusmt@unemat.br.

Via | Assessoria
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