O estudante Henrique Querubin Pereira Barbosa, 19 anos, se dividiu em 2019 entre o ensino médio no ITB (Instituto Técnico de Barueri), na região metropolitana de São Paulo, e um cursinho preparatório para o vestibular que, para ele, era necessário para equiparar o que faltava no ensino público, e no ano passado focou apenas no cursinho.
O nome dele está na lista de aprovados da Fuvest para cursar Medicina na USP (Universidade de São Paulo), a maior e mais concorrida universidade do país. Mas até chegar a esse momento de comemoração, a caminhada foi longa. E com pandemia, para dificultar ainda mais. Morador de Barueri, ele estudou todo o ensino fundamental no Sesi Piratininga, no município vizinho de Osasco, e depois se transferiu para o ITB, onde estudou os três anos do ensino médio. Durante todo o estudo no Sesi e os primeiros anos no ITB, Henrique ainda não sabia o que queria seguir de profissão. Somente no terceiro ano que despertou o desejo pela medicina. “Eu sempre quis trabalhar ajudando as pessoas e deixando a vida delas mais fácil”, diz. O coronavírus sequer existia no mundo ainda, quando o jovem e a família perceberam a necessidade dele fazer um cursinho pré-vestibular. “Meus pais estavam preocupados de o ensino público não ser o bastante, o que eu concordo, então a ideia era eu usar esse primeiro ano para me equiparar à ampla concorrência e o segundo para estudar pesado mesmo”. Nesse primeiro ano, ainda enquanto estava no ensino médio, ele conseguiu uma bolsa de 80% no Curso Etapa. Durante essa preparação, ele ainda estava em dúvida de qual área seguir. Quando terminou sua passagem no ITB, conseguiu uma bolsa integral no Curso Etapa e, mesmo em meio à pandemia, já estava decidindo que queria fazer Medicina. Então, focou totalmente nos estudos. Então começou o curso preparatório com foco na área que deseja atuar e vieram as dificuldades. “Medicina é um curso extremamente concorrido e tinha muitas matérias do cursinho que eu estava vendo pela primeira vez, então eu sabia que seria difícil demais para passar. Tinha amigos mais disciplinados do que eu, e conheci gente mais estudiosa no cursinho, o que só aumentava o nervosismo”. Além da dificuldade natural do curso de Medicina, Henrique precisou superar um problema que tinha com ele mesmo. Enquanto estava na escola, afirma que gostava de assistir as aulas e aprender coisas novas, mas nunca conseguia separar tempo para estudar em casa. E isso, que é fundamental para estudar para o vestibular, ele conseguiu desenvolver fazendo o cursinho. Agora, depois de toda a dedicação e organização que conseguiu ter, superando as dificuldades de estudar na pandemia e com auxílio do curso que conquistou a bolsa, afirma que a sensação é de felicidade e alívio. “Felicidade por saber que o que eu fiz deu certo, foi o bastante e que finalmente eu vou começar essa nova fase da vida e estudar o que eu quero; e alívio por não precisar repetir o ano”, conta.

Sim, foi possível

Kaique foi aprovado na USP e Unicamp
ARQUIVO PESSOAL
O estudante Kaique Eduardo Arcari Silva, de 17 anos, passou nos vestibulares para cursar Engenharia de Manufatura, na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), e também Engenharia Química, da USP. E segundo ele, a mudança que essas aprovações causam em sua vida já começa pelo pensamento sobre universidades públicas. “Eu imaginava ser um ‘bicho de sete cabeças’, mas no final foi algo possível. Eu mudei a minha mentalidade sobre as faculdade públicas e a possibilidade de ingresso nelas”, afirma. Morador da Vila das Palmeiras, região de Pirituba, zona norte paulistana, Kaique concluiu o ensino médio no final de 2020. Foi um ano de muitos estudos, todos à distância por causa da pandemia, mas ele acredita que esse não foi um complicador. Para se preparar para o vestibular, ele participou de cursinhos populares, mas destaca que a maioria dos conteúdos que estudou foi em vídeos disponíveis gratuitamente no YouTube. Essa dedicação aos estudos aconteceu em meio às aulas que tinha à distância na Escola Estadual Milton da Silva Rodrigues, onde ele estudou todo o ensino médio. Antes disso, no ensino fundamente, Kaique passou por diferentes colégios privados, com as mudanças de instituições devido a necessidade de adaptações por questões financeiras. O adolescente agora precisa escolher entre instituições, mas “é um momento que está sendo único”, porque tem duas ótimas opções para seguir os estudos. E entre Unicamp e USP, e ele afirma que a tendência é escolher pela segunda, por causa “desde o nome da universidade até a atuação profissional”.
Via | R7
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