recente salto do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), popularmente chamado de “inflação do aluguel”, fez com que algumas imobiliárias adotassem a inflação oficial do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para reajustar os novos contratos de locação.

Caso a medida já valesse para os contratos em vigor, um aluguel no valor de R$ 1.000 com vencimento neste mês de fevereiro seria reajustado em cerca de R$ 46 (+4,6%), conforme expectativas do mercado financeiro. Com o IGP-M, a alta será de R$ 257,40 (+25,74%).

“Já estávamos identificando que o IGP-M era o mais adequado para ser a referência para o reajuste do aluguel por alguns fatores, mas o principal deles é a composição que sofre muita influência do câmbio. […] Isso torna o indicador muito volátil”, afirma José Osse, diretor de comunicação do QuintoAndar, aplicativo imobiliário que adotou a inflação como indexador dos contratos de locação em novembro de 2020.

Para Osse, a composição atrelada ao dólar “foge da realidade” dos brasileiros, que calculam a inflação pessoal de acordo com os produtos que consomem. “Após uma análise mais profunda, a gente percebeu que o IPCA é mais próximo da realidade dos contratos de aluguel e não era algo muito distante do que as pessoas vivem no dia a dia”, aponta ele.

A diretora jurídica da Lello, imobiliária que também adotou o IPCA para reajustar os novos contratos de locação, Moira de Toledo Bossolani, diz que a decisão visa reduzir o impacto sobre os reajustes. “A emergência imobiliária que se coloca é a manutenção dos contratos de aluguéis, atendendo às necessidades de locadores e locatários, já muito afetados pela pandemia, e evitando a desocupação dos imóveis”, explica.

O cálculo do IGP-M, divulgado mensalmente pela FGV (Fundação Getulio Vargas) considera a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e construção civil. A disparada do indicador foi iniciada em maio do ano passado. Desde então, índice acumulado em 12 meses teve oito altas consecutivas e passou de 6,7% para os atuais 25,7%.

Como o reajuste pela inflação oficial só é válido para aqueles contratos firmados após a nova determinação, os representantes das imobiliárias defender a negociação como a melhor forma para evitar que os pagamentos pesem no bolso de ambas as partes. “Com um reajuste alto, o proprietário corre o risco quando do inquilino não ter condições ou interesse de manter o aluguel e, eventualmente, sair do imóvel”, avalia Osse, do QuintoAndar.

Via | R7

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