Uma fiscalização da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon) descobriu que uma jovem de 25 anos, atuava como falsa biomédica em uma clínica de beleza, em Cuiabá. Uma operação da delegacia com a Vigilância Sanitária de Cuiabá e os Conselhos Regionais de Medicina e de Biomedicina foi feita nessa quarta-feira (20).

A suspeita que usa antes do nome a abreviação Dra. não foi localizada pela polícia, mas deve ser intimada a prestar esclarecimentos.

A fiscalização apurava uma denúncia de exercício ilegal da medicina e da biomedicina e de falsidade ideológica em uma clínica no bairro Jardim Imperial, em Cuiabá.

Conforme investigação da Decon, a suspeita se apresentava como doutora e também divulgava em uma rede social o número de registro de outra pessoa no Conselho Regional de Biomedicina como sendo o dela.

Segundo apuração realizada pelos policiais civis, a investigada publicava que era bacharel no curso de biomedicina, formada por uma faculdade particular de Várzea Grande.

Ainda dizia que tinha especialização em estética invasiva e habilitação, que permite realizar procedimentos como lipoaspiração de papada, botox, harmonização facial e outros, por outra instituição de ensino.

No entanto, em contato com as duas unidades educadoras, ambas informaram à Polícia Civil que a suspeita não possui registros de formação nesses cursos.

A Decon também teve acesso a vídeos em que a mulher aparece realizando procedimentos invasivos, entre eles a aplicação de anestesia local, cauterização de manchas de pele, preenchimento labial, aplicação de botox e até pequenas cirurgias com a remoção de pele.

Conforme a polícia, esses procedimentos só devem ser feitos por profissional formado na área da saúde, com especialização em clínicas médicas ou hospitais, além de necessitar de alvará sanitário e suporte para socorro ao paciente em caso de complicações.

Durante a fiscalização, a equipe da Vigilância Sanitária notificou os responsáveis pelo SPA para que sejam alterados os alvarás de localização, funcionamento e da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAES), para inclusão de outras atividades referentes a salão de cabeleireiro, manicure e pedicure e, de forma secundária, atividades de estética.

No local também foram apreendidas agulhas e dezenas de frascos de produtos e de medicamentos que estavam sendo utilizados pela suspeita nos atendimentos. Alguns dos medicamentos apreendidos só podem ser comprados por médicos ou biomédicos.

À Polícia Civil, os proprietários alegaram que não sabiam que a funcionária não era biomédica e nem esteticista e que ela havia entregado cópia de diplomas, da carteira funcional do Conselho de Biomedicina e de outros documentos.

Contudo, até o início da tarde desta quarta-feira, os donos da clínica não haviam enviado as cópias dos documentos à delegacia especializada.

Conforme o delegado da Decon, Rogério Ferreira, as investigações continuam e todos os envolvidos já foram intimados para serem ouvidos e prestarem esclarecimentos.

Via | G1

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