Vítimas de acidentes, pessoas em tratamento de câncer, com anemias crônicas e que passaram por cirurgias estão entre as que precisam de doação de sangue. E, para isso, contam com os doadores que vão aos hemocentros praticar esse ato de solidariedade.

Em 2020, ano em que o país sofreu os impactos da Covid-19, houve redução de 15% a 20% no número de doações em relação a 2019, de acordo com dados preliminares do Ministério da Saúde. Segundo a pasta, uma das causas é a redução da circulação das pessoas.

Para que os doadores se sintam seguros e continuem indo aos postos de coleta de sangue, os hemocentros se adaptaram para recebê-los intensificando os cuidados com a higienização das áreas, instrumentos e superfícies, uso de antissépticos e acolhimento.

“Reforçamos que, mesmo neste período de coronavírus, ainda é necessário que as pessoas doem sangue. A maioria dos hemocentros está funcionando por agendamento. Aqui em Brasília (DF), estamos funcionando exclusivamente por agendamento para evitar grandes aglomerações de pessoas, separamos os assentos para manter o distanciamento, oferecemos álcool em gel para que os doadores possam higienizar com frequência as mãos. E a frequência de higienização dos ambientes também aumentou”, contou a chefe da seção do ciclo do doador da Fundação Hemocentro de Brasília, Anne Ferreira.

Seguindo as normas

O pai da bacharel em direito, Júlia Macedo, fez duas cirurgias em 2020 e precisou receber sangue. Para retribuir, ela foi com um grupo de amigas ao Hemocentro de Brasília para doar. Júlia contou que fez o agendamento e encontrou o local funcionando com limite de pessoas por horário. “Eles estão seguindo as normas de segurança com distanciamento e distribuição de álcool em gel”, relatou.

“Nosso plano é continuar doando sangue. Colocamos o tempo mínimo entre as doações no calendário e assim que estivermos liberadas para a próxima doação, vamos estar lá de novo”, afirmou Júlia Macedo.

Apesar da redução nas doações no ano de 2020, o ministério informou que não houve desabastecimento em nenhum hemocentro do Brasil. Atualmente, a taxa de doação de sangue voluntária da população brasileira é de 1,6%, número que está dentro do preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Campanha Nacional de Doação

Em função do novo coronavírus, a Campanha Nacional de Promoção da Doação Voluntária de Sangue lançada em junho de 2020 pelo Ministério da Saúde e reforçada em novembro teve como foco a importância de a população continuar doando apesar das restrições de deslocamento, uma vez que o consumo de sangue é diário e contínuo.

No entanto, a chefe da seção do ciclo do doador da Fundação Hemocentro de Brasília, Anne Ferreira, esclarece: “Se você está com qualquer sintoma de gripe não é o momento de ir até o hemocentro. Você precisa aguardar pelo menos 14 dias após o fim dos sintomas para poder doar sangue. E se você já teve Covid-19, você só pode doar 30 dias após o fim dos sintomas”.

Em 2020, o ministério investiu R$ 1,6 bilhão na rede de sangue e hemoderivados no Brasil. Em 2019, o investimento foi de R$ 1,5 bilhão. O valor engloba também aquisição de medicamentos e equipamentos, reformas, ampliação e qualificação da rede.

O que é preciso para ser doador:

Ter idade entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos. Os menores de 18 anos devem ter consentimento formal do responsável legal

Pesar no mínimo 50 kg

Estar alimentado. Não ingerir alimentos gordurosos antes da doação

Ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas

Apresentar documento de identificação com foto emitido por órgão oficial. Serão aceitos documentos digitais com foto

Os doadores do sexo masculino devem manter um intervalo de dois meses entre uma doação e outra com o máximo de quatro doações no período de um ano. Para as mulheres, o intervalo é de três meses com o máximo de três doações ao ano

Impedimentos temporários para a doação:

Gripe, resfriado e febre: aguardar 7 dias após o desaparecimento dos sintomas

Infecção pelo novo coronavírus: aguardar 30 dias após a completa recuperação

Período gestacional

Período pós-gravidez: 90 dias para parto normal e 180 dias para cesariana

Amamentação: até 12 meses após o parto

Ingestão de bebida alcoólica: aguardar 12 horas após o consumo

Exames/procedimentos com utilização de endoscópio nos últimos 6 meses

Vacina da febre amarela ou sarampo: aguardar 4 semanas após a vacinação

Tratamento dentário cirúrgico como extração, tratamento de canal: 7 dias após o procedimento e/ou suspensão dos medicamentos

Impedimento definitivo:

Ter passado por um quadro de hepatite após os 11 anos de idade

Evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças transmissíveis pelo sangue: hepatites B e C, Aids (vírus HIV), doenças associadas aos vírus HTLV 1 e 2 e doença de Chagas

Uso de drogas ilícitas injetáveis

Via | Assessoria Gov.br
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