Jeferson Ferreira teria montado com comparsas esquema criminoso envolvendo a contratação fraudulenta de empresas para a prestação de serviços de tecnologia e informática em Comodoro.

Afastado duas vezes pela Justiça de Mato Grosso do comando da Prefeitura de Comodoro, o prefeito Jeferson Ferreira Gomes (DEM) teve a residência e o gabinete invadidos pelo Ministério Público do Estado, por meio do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), na manhã desta segunda-feira (07), em decorrência da Operação “Carta-Convite” após decisão do desembargador Orlando de Almeida Perri.

Segundo a investigação do MPE, Gomes é acusado de ser suposto líder de uma organização criminosa voltada para surrupiar o dinheiro público do executivo municipal.

O inquérito identificou que o prefeito não agia sozinho, ele contava com a participação de secretários do seu staff e de empresários.

Mesmo antes de assumir o mandato, Jeferson Ferreira Gomes teria engendrado com os seus comparsas um esquema criminoso envolvendo a contratação fraudulenta de empresas para a prestação de serviços de tecnologia e informática para o Poder Municipal.

As empresas, conforme provado no curso das investigações, eram todas comandadas por pessoas ligadas ao prefeito e que, sempre, antecipadamente, se articulavam para fraudar os processos licitatórios.

Apurou-se, também, que um outro líder dos supostos esquemas era Lincom Valace Pereira Procópio.

Procópio seria o grande articulador junto às empresas e, inclusive, era visto como o responsável pelos serviços de tecnologia e informática da Prefeitura, embora nunca tenha exercido qualquer cargo perante o Poder Executivo.

Ainda de acordo com as investigações, além de fraudarem as licitações, depois de contratadas, as empresas não prestavam os serviços e, ainda assim, recebiam os valores ajustados nos contratos.

Durante a Operação “Carta-Convite” foram cumpridos vários mandados de busca e apreensão, tanto na residência dos envolvidos, quanto na Prefeitura e nas empresas que participaram do esquema.

Foi determinada a “imediata suspensão de todos os vínculos contratuais mantidos entre o Município de Comodoro com as empresas Comodoro Soluções Ltda – ME, Open Informática Ltda – ME, Creative Segurança e Informática Ltda, Haryson Wallace Rosa Procópio-ME e Garcia E Bejarano Ltda, devendo cessar, de imediato, quaisquer pagamentos a elas”.

Jeferson Ferreira Gomes não estava em Comodoro nesta manhã de segunda-feira (7).

CARTA CONVITE

O nome da operação decorre do fato de todas as licitações fraudadas pela Organização Criminosa ser feita na modalidade “Carta-Convite”.

PROBLEMAS COM A JUSTIÇA

Jeferson Ferreira Gomes é o primeiro cadeirante eleito prefeito em Mato Grosso.

Ele já foi afastado duas vezes do comando da Prefeitura de Comodoro pela Justiça.

A segunda vez ocorreu há um ano. Ele foi acusado, juntamente com outras cinco pessoas, de desviar dinheiro público usando empresa “fantasma”.

A Justiça, à época, determinou a suspensão do contrato entre o executivo e a empresa.

OBRAS EM TERRAS INDÍGENAS

Em abril deste ano, o Ministério Público Federal (MPF) processou Jeferson Ferreira Gomes (DEM) e o ex-secretário municipal de Obras, José João Fernandes, por improbidade administrativa.

A prefeitura executou obras na rodovia MT-235, na Terra Indígena Vale do Guaporé, em 2018 e 2019, sem licenciamento ambiental expedido pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), sem autorização da Fundação Nacional do Índio (Funai) e sem consulta prévia à comunidade indígena afetada.

Nas eleições municipais deste ano, Gomes não concorreu à reeleição.

Fonte | MPMT
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