Desafios da pós pandemia, a vacina para a Covid-19 e transparência das ações foram alguns dos assuntos tratados durante o debate

O Secretário Executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, participou nesta quinta-feira (dia 8/10) de um debate virtual sobre o atual momento da Saúde no Brasil, aprendizados em função da pandemia da Covid-19, avanços, gestão da informação e expectativas em investimentos para 2021, promovido pela agência In Press Oficina.

O Secretário Executivo iniciou falando dos desafios que a pandemia trouxe ao mundo, do comportamento do vírus ao entendimento da doença. “Na medida que fomos entendendo um pouco mais da doença, e das necessidades decorrentes dela, o Ministério da Saúde passou a focar nas principais necessidades, como aquisição de ventiladores pulmonares, Equipamentos de Proteção Individual (EPI), além de focar em políticas públicas de saúde nos estados e municípios, com habilitação de UTI, o acompanhamento das pesquisas nacionais e internacionais para prestar uma melhor atenção à saúde”, destacou Élcio durante o debate.

De acordo com Elcio, o Governo Federal conseguiu se estruturar em um esforço considerado de guerra. “O governo de forma sinérgica tem enfrentado a pandemia tanto na parte mental, parte econômica, parte de produção, inclusive de alimentos que é muito importante para nós, e também na parte de atenção à saúde. Dessa forma, o Ministério da Saúde tem repassado aos estados e municípios de forma planejada”, pontou.

O aprendizado em meio a pandemia fez com que o Ministério da Saúde percebesse a importância de procurar atendimento médico nos primeiros sintomas da doença e, com isso não adotar a recomendação de ficar em casa aguardando os sintomas se intensificarem. “Entendemos e percebemos, não só no Brasil como no mundo, que ao sentir os primeiros sintomas, o paciente deve procurar o médico. Deve ser diagnosticado e deve buscar um tratamento o quanto antes para evitar um agravamento da doença, necessitando de uma internação maior como a internação”, explicou o secretário Executivo da pasta. “Paralelamente estamos verificando processos de prevenção da doença, acompanhando medicamentos, tratamentos, e também estamos buscando a solução da vacina”, completou. 

PÓS PANDEMIA

Os olhos de toda gestão do SUS – União, Estados e Municípios – estão voltados ao futuro sustentável do sistema de saúde.

“Teremos que retomar o represamento dos tratamentos eletivos, não apenas de cirurgias, mas tratamentos oncológicos, cardiológicos, renais, e tanto outros. Estamos trabalhando, junto ao CONASS e CONASEMS, para essa retomada”, afirmou Elcio.

O secretário falou também sobre a continuação das atividades do SUS mesmo na pandemia de tratamentos essenciais e que necessitavam de uma atenção. “Para o tratamento dos pacientes com doença renal ou oncológico, por exemplo, a continuidade dessas atividades foi graças a descentralização de recursos para que se atendesse esse público, de forma que as clínicas recebessem esses recursos independentemente da produção”.

Para o secretário, essa medida foi uma forma do ministério dar sustentabilidade às atividades do SUS, para a mitigação dos serviços e atendimentos represados.

APRENDIZADO

O secretário executivo pontuou ainda os aprendizados que a pandemia trouxe ao país, especialmente a força do SUS. “Além disso, a confirmação de que temos que trabalhar sempre com reserva. Diferente de um avião que tenho que completar os passageiros para ter o máximo de eficiência, na saúde não posso completar todos os leitos de uma UTI, não posso empregar todos os meus centros cirúrgicos, pois se eu tiver um acidente, não vamos ter uma reserva e a vida ela não tem preço”, exemplifica Élcio

Outro ponto em ressaltado foi a importância da regionalização da saúde. “Não podemos ter uma estrutura extremamente capaz, eficiente e abundante nas capitais ou nos maiores centros, e não termos isso para o interior. Às vezes não temos tempo para o deslocamento paciente grave em um estado grande, como exemplo, o Amazonas e tirá-lo do interior para a capital. Esse tempo é precioso para salvar uma vida”, pontua. “Então uma das nossas metas, é a regionalização da saúde. Isso será um legado para o SUS, um aumento na estrutura regional, devido a pandemia, como leitos de UTI e ventiladores pulmonares”, completa o raciocínio durante o debate. 

VACINAS

Em relação as vacinas, o Ministério da Saúde tem acompanhado estudos de 200 imunizantes no mundo e buscado diálogos com os laboratórios, em uma corrida mundial para produção da vacina. “A iniciativa da vacina da Covax Facility é de que não haja uma hiperinflação do valor dessa vacina, que já. O preço que temos prospectado é de US$ 10 por vacina. Quando começamos a conversa com a iniciativa, esse preço estava US$ 40 por vacina”, explica Elcio Franco.

“No consórcio, aderimos a parcela de 10%, que soma com as outras 110 milhões de doses de vacina que teremos por meio de uma encomenda tecnológica Astrazenica Oxford para Fiocruz. Com isso, não vamos imunizar somente 10% da população.  Estamos abertos para novos acordos bilaterais para aquisições de mais vacinas”, conclui o secretário executivo.

No debate o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, Eduardo Rocha, afirmou que Mesmo com limitações, o SUS não deixou de atender durante a pandemia. “Precisamos de aprimorar o sistema sempre. Bem ou mal, é o sistema que atende e está de porta aberta para população. Eu sou do time do SUS”.

Participaram ainda do debate virtual o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, Eduardo Rocha, e a diretora de Relacionamento com a Mídia da In Press Oficina e de Atendimento do Ministério da Saúde, Márcia Leite. 

Fonte | Assessoria Agência Saúde
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