Entre as orientações, o professor do curso de Psicologia da Unic Rondonópolis aponta a necessidade de um olhar avaliativo para si mesmo, atenção aos sintomas, além do combate prático dessa reação do organismo

Há mais de seis meses de convívio com a situação de pandemia do novo coronavírus no Brasil, ainda é difícil definir como ficou a saúde mental dos brasileiros. Essa ‘panela de pressão’ – que colocou os níveis de estresse e ansiedade de boa parte da população nas alturas – continua sendo alvo de pesquisas de muitas instituições nacionais e internacionais. Em meio a esse cenário desafiador para a mente da população global, o Dia Mundial de Combate ao Estresse, comemorado em 23 de setembro, nunca foi tão relevante.

Um pesquisa recente realizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Universidade de Valencia , na Espanha, reuniu respostas de 22 mil pessoas sobre como o isolamento ou distanciamento social afetou a saúde mental de brasileiros e espanhóis. O levantamento apontou que 51% dos brasileiros responderam ter alterações no controle do estresse neste momento. Nos espanhóis, a taxa foi menor: 34%.

O professor do curso de Psicologia da Unic Rondonópolis, Antônio Marcos Lima Vieira, salienta que o estresse é uma defesa, uma reação a um estímulo numa tentativa de se adaptar a ele. “Certos níveis de estresse, nervosismo ou irritação, portanto, são perfeitamente esperados na vida de qualquer pessoa. O estresse merece atenção quando se aproxima do trauma – quando, na tentativa de adaptação ao estímulo, o sujeito passa a produzir sintomas que trazem algum sofrimento significativo ou quando incidem numa perda de liberdade em relação à própria vida ou nas diversas relações”, exemplifica.

O psicólogo aproveita para elencar 5 reflexões importantes que precisam ser debatidas e também algumas estratégias para enfrentar o estresse neste momento atual que vivemos. Confira abaixo:

1 – Encontrando novos sentidos no mundo moderno

O mundo moderno nos inunda de estímulos, com os quais cada sujeito se inventa para lidar. Nossa vida já é, em si, muito estressora e, num contexto pandêmico, o estresse pode chegar a níveis realmente devastadores. Dedicarmos um dia ao estresse e falar dele é essencial, visto que a melhor saída para o trauma é a possibilidade de encontrar novos sentidos.

2 – Fique alerta aos sintomas

Sintomas ansiosos, depressivos, de intrusão (lembranças, sonhos ou pensamentos que involuntários que acarretam angústia), de evitação (de recordações ou sentimentos) e de excitação (perturbação do sono, comportamento irritadiço e surtos de raiva, hipervigilância, problemas de concentração) são comuns ao estresse. É preciso ficar atento a eles.

3 – Avaliação da vida e combate prático

O estresse é sinal de uma tentativa de adaptação: a insistência dele é um pedido para avaliarmos nossa vida. Primeiro, é válido se perguntar: há lugar para mim, meus desejos e sonhos na minha vida? Segundo, identificar os estressores: o que, como, quando e por que me estresso? Terceiro, verificar alternativas: elas vão sempre visar a si mesmo, seja se afastando de estressores, seja dando lugar e tempo ao que é realmente importante para nós.

4 – Compartilhe o que está vivendo

Momentos de crise escancaram a fragilidade de nossas vidas. Precisamos dar lugar às pessoas, aos desejos e sonhos, de forma ampla e coletiva. O sofrimento, se partilhado, tem potencial de mudança. O sofrimento vivido de forma isolada, nenhum.

5 – Procure um profissional

Após reconhecer o estresse, é importante perceber se a situação é pontual ou recorrente. No segundo caso, busque ajuda especializada. O atendimento profissional é fundamental se houver sofrimento significativo, sintomas diversos e/ou mudanças de comportamento, por exemplo abuso de substância, agressividade ou isolamento.

Fonte | Assessoria 
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