Após 100 horas de capacitação divididas entre teoria e prática, 22 mediadores escolares receberam o tão sonhado certificado nesta terça-feira (07), em solenidade virtual realizada por videoconferência. A partir de agora, os profissionais de mais seis escolas estaduais estão aptos a usar técnicas de mediação para solucionar conflitos como indisciplina, violência e intolerância nas unidades de ensino, bem como a promover uma cultura de paz nas escolas. O Curso de Mediação de Conflitos é resultado de uma parceria entre Ministério Público Estadual (MPMT), Poder Judiciário e Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

Esta foi a segunda turma de professores, coordenadores e diretores capacitada em Cuiabá e Várzea Grande. O projeto de Mediação Escolar é resultado de um Termo de Cooperação Técnica assinado em 2017 pelo MPMT, Tribunal de Justiça de Mato Grosso e Seduc, com o interesse comum na prevenção e diminuição da violência e da indisciplina nas escolas, por meio da adoção de práticas alternativas de resolução pacífica de conflitos. A iniciativa visa também promover o desenvolvimento e aprimoramento das políticas públicas de enfrentamento à violência escolar no Estado de Mato Grosso.

Apesar da distância, não faltou emoção à cerimônia, começando pela instrutora de mediação escolar Maria Helena Bezerra. Ela relatou que o primeiro contato com a matéria foi em 2014 e que a paixão foi à primeira vista, uma vez que o reflexo dessa prática se dá primeiramente na família e depois na sociedade como um todo. A mediação escolar trabalha com a comunicação produtiva, a empatia e com o poder olhar para a criança e o adolescente como um todo, no seu contexto, como vive, o que está à sua volta”, assinalou, lembrando que não dá para olhar somente para o professor e para o aluno, é preciso envolver toda a comunidade escolar, começando pela administração da unidade.

Maria Helena Bezerra destacou o reconhecimento que é poder olhar para o rosto de uma criança e dos membros de uma família até então desintegrada, que muitas vezes vive à margem da sociedade, e levar a pacificação e a esperança de uma vida e uma escola melhor. A atuação da servidora do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec) foi elogiada pelo promotor de Justiça Miguel Slhessarenko Júnior, coordenador do projeto de Mediação Escolar. Ele lembrou que acompanhou de perto as aulas práticas nos meses de maio e junho de 2019, e o estágio supervisionado nos meses de setembro e outubro.

“A solução de conflitos no ambiente escolar é um exercício prático de cidadania”, afirmou, enfatizando que os mediadores recém-formados terão papel fundamental no dia a dia das escolas após o retorno das atividades pós-pandemia do Novo Coronavírus. “O trabalho de vocês está só começando”, destacou. O promotor de Justiça manifestou também a intenção de ampliar o projeto para outras regiões do estado, inclusive por meio de uma plataforma de ensino a distância.

O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, José Antônio Borges Pereira, reforçou a intenção de fazer um aditivo ao termo de cooperação e enalteceu a importância da mediação escolar para uma mudança cultural e promoção da paz social. Segundo o chefe do MPMT, a escola é fundamental não só para os alunos, mas para toda a sociedade, é uma ponte entre a criança e o mundo. Por isso, a promoção do diálogo e da pacificação dos conflitos nesse ambiente só tem a contribuir para um país melhor. “Parabéns aos formandos, tenho certeza que essa capacitação será uma ferramenta a mais, uma técnica mais apurada para auxiliá-los no trabalho”, disse.

O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha, destacou o resultado positivo da colaboração entre as instituições envolvidas. “Hoje é o dia de mais uma colheita da cooperação entre o Poder Judiciário, o Ministério Público e o Estado de Mato Grosso, por meio da Seduc, que teve início em 2017. Agora nasce uma segunda turma de mediadores escolares capacitadas para atuação na resolução dos conflitos ocorridos no âmbito educacional, bem como ainda na prevenção”, manifestou.

A secretária de Estado de Educação, Marioneide Kliemaschewsk, descreveu o projeto como uma oportunidade única para os profissionais capacitados. “Nós, que somos educadores, precisamos intermediar diferentes tipos de conflitos nas escolas, entre alunos, servidores, familiares e com a comunidade. Até então, agíamos com a cara e a coragem. Hoje vocês estão tendo uma oportunidade que ainda é para poucos no estado, mas que queremos expandir”, garantiu.

A presidente do Nupemec, desembargadora Clarice Claudino da Silva, revelou que a intenção de dar continuidade ao projeto tem o aval do Poder Judiciário, com a possibilidade de ampliar a capacidade de trabalho, introduzindo os círculos de construção de paz na capacitação. “Sou muito grata por ter sido convidada pelo Ministério Público para firmar essa parceria. Sem ela eu não teria a felicidade de vivenciar esse momento que para mim é muito precioso”, assegurou.

Por último, em nome da turma de mediadores de conflito escolar de 2019, Lucia Maciel Couto agradeceu a oportunidade. “Que possamos continuar esse trabalho promissor com desafios, expectativas, erros e acertos. Que ao bebermos dessa fonte que é a mediação não paremos por aí. Que busquemos cada dia mais ajudar na transformação dos conflitos em oportunidades de crescimento pessoal e profissional a cada um que nos busca. Sabemos que o caminho não é fácil, porém juntos, podemos ir além”, discursou.

Cerca de 40 pessoas participaram da solenidade virtual, entre representantes das instituições e mediadores escolares. Os certificados foram encaminhados por e-mail aos professores, coordenadores e diretores das escolas Pascoal Ramos, Francisco Alexandre Ferreira Mendes, Leovegildo de Melo, Deputado Emanuel Pinheiro, Tancredo de Almeida Neves e André Avelino Ribeiro. A cerimônia foi gravada e será disponibilizada no canal do TJMT no YouTube.

Fonte | MPMT
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