Denúncia anônima aponta o primeiro vice-presidente do Creci de Mato Grosso, Claudecir Roque Contreira, como autor de um áudio em que supostamente chama, de forma pejorativa, o vereador Juca do Guaraná (MDB), de preto. “Depois que eu vi na televisão, uma pesquisa que eles soltaram colocando o preto do Juca do Guaraná empatado, em menos de um ponto, com Jayme Campos e a juíza Selma, tô fora (sic)”, diz. A autoria da mensagem de voz ainda vai ser confirmada em investigações da polícia.

Contreira negou veementemente a autoria do áudio. “Não tô sabendo disso não”, disse. E segue afirmando que não é ele, mesmo quando explicado sobre o conteúdo da mensagem de voz. “Não sou eu não. Certeza e absoluta que não”.

Essa não é a primeira vez que ele tem o nome envolvido em ato de suposto racismo. Já responde a um processo na Justiça por injúria racial. Em agosto do ano passado, um funcionário da área da tecnologia da informação, do Creci, descobriu um áudio em que o vice-presidente o chama de “preto, gordo e filha da puta”. Por conta disso, a vítima registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil.

A reportagem também tentou entrar em contato com o vereador Juca do Guaraná, mas ele retornou com SMS em que estava ocupado por conta de uma sessão virtual da Câmara. Mas, de forma preliminar, o parlamentar disse fica triste com essas atitudes e, que se for comprovado a autoria e o crime, ele tem que ver com a Justiça.

O caso é também acompanhado de perto pelo Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Cepir). Segundo o presidente Manoel Silva, eles apuram a denúncia anônima junto às vítimas e depois vão acionar o Ministério Público. “O racismo existe. Não podemos mais deixar que isso aconteça.”, disse.

Manoel também nega as críticas de que ajuda Juca só pelo fato dele ser parlamentar. “Mas sim por ser um cidadão negro. A partir do momento que fere o direito de um cidadão negro, fere o direito de todos nós da população negra, que, historicamente, teve seus direitos negados”, pontua.

Outro caso

Em agosto do ano passado, um funcionário da área da tecnologia da informação, do Creci, descobriu um áudio em que o vice-presidente o chama de “preto, gordo e filha da puta”. Registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil.

Segundo o BO, após pedir exoneração do cargo – também depois de acusações por racismo -, o ex-superintendente Gelson Esio Smorcinski pediu ao trabalhador para resgatar documentos no servidor da autarquia. Somente ele tinha acesso ao sistema. Durante essa busca ele se deparou com dois arquivos que faziam menção a seu nome, sendo o áudio com as injúrias e um print de uma conversa em que Claudecir pedia a sua demissão.

Claudecir, que na época era secretário do Creci, cobrava atualizações do aplicativo do conselho, que foi desenvolvido pelo funcionário em 2016. Também pediu a lista atualizada dos telefones celulares dos corretores em seu celular.

Fonte | RD News

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